Peste Negra ameaça Centro-Oeste do Paraná
2005-06-03
Por Lara Ely, de Guarapuava
A Peste Negra - doença medieval caracterizada por proliferar em ambientes imundos, com abundância de ratos e ratazanas - ameaça o centro-oeste paranaense.
A causa do agravamento vem sendo atribuída ao corte do pínus na região e é considerada de alto risco, principalmente no município de Guarapuava, onde muitos agricultores e madeireiros estão sendo infectados pelo hantavirus. Lá onde a atividade principal é o corte de madeiras, 14 pessoas foram contaminadas em 2003 e mais 14 no ano passado com morte em 43% dos casos. Ainda não há contagem neste ano.
Alunos da Faculdade de Comunicação da Unicentro, de Guarapuava, estão organizando uma campanha de divulgação para chamar a atenção dos moradores para a disseminação do hantavírus.
Através da Agência de Comunicação Experimental Psiu da universidade, os estudantes confeccionarão um gibi para educar o povo do campo sobre o contágio e formas de prevenção. — Queremos conter o principal problema, que é a desinformação - conta João Paulo da Silva, um dos promotores da iniciativa. A campanha é realizada em parceira com as secretarias de Meio Ambiente e da Saúde, como apoio dos escoteiros locais e será lançada em julho.
A Peste Negra é classificada pelo Ministério da Saúde como nível epidemiológico 5 e é disseminada através da baba, da urina e das fezes e suor do rato silvestre, podendo matar o contagiado em cinco dias. É caracterizada pelo acometimento cardio-pulmonar e, em alguns casos, altera funcionamento dos rins, fígado e cérebro. Ocorre em grandes áreas, com taxa de mortalidade entre 40% e 60% dos casos.