Supostamente, junho é o mês mais frio do ano. Mas, a julga pelos termômetros, parece que ontem (2/6) foi o contrário. Os portenhos tiveram que suportar uma máxima digna de janeiro: à tarde, a sensação térmica chegou a 28,2ºC. E a mínima não ficou tão distante: 20,7ºC, uma marca que não havia sido registrada antes nessa época em 99 anos de antigüidade do Observatório Central Buenos Aires.

O calor não chegou apenas à Grande Buenos Aires. Afetou também toda a região do norte e do centro do país. –Esta massa de ar quente e úmido, que não é nada freqüente para esta época, vem do norte, do Brasil e do Paraguai. Tem a ver com um fenômeno de circulação da atmosfera que cerca este ar quente, com alto conteúdo de umidade em uma zona onde não é usual, explica o matemático Eduardo Piacentini, licenciado em Ciências Meteorológicas do Serviço Meteorológico Nacional (SMN).

Segundo o especialista, o calor afeta a metade norte do país. –Poderíamos marcar una linha divisória no Río Salado, ao centro da província de Buenos Aires. Dali para baixo, o ar é frio, quer dizer, no sul e na Patagônia estão havendo momentos de clima não usual para esta época, afirmou. Segundo ele, o último registro de temperaturas nesta faixa foi em 14 de junho de 1951, quando foi registrada máxima recorde de 28,5ºC. (Clarín, 3/6)