Sessão especial debate transposição do S. Francisco
2005-06-02
A Assembléia Legislativa de Salvador realizou ontem o último ato político contra a transposição do Rio São Francisco antes do início previsto das obras, orçadas em R$ 4,5 bilhões. A sessão especial, proposta pelo deputado Pedro Alcântara (PL), já tem a presença confirmada do governador Paulo Souto, do senador César Borges (PFL), do secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Jorge Khoury, do secretário-executivo do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), Luiz Carlos Fontes, e da promotora pública Luciana Khoury.
Segundo o CBHSF, a avaliação técnica - bastante fundamentada por professores, doutores, pesquisadores de várias universidades do país e especialistas renomados nas questões ambientais - demonstra o caráter restritivo do projeto em relação à área de influência de apenas 5% do semi-árido e questiona a sua prioridade tendo em vista o auto custo econômico da obra, equivalente ao montante de R$4,5 bilhões. - Trata-se de muito dinheiro sem benefício algum. O governo investiria melhor esse montante na revitalização do rio e em projetos menores no setor hídrico -, salientou o deputado.
Ele lembrou que os estados doadores - Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas e Sergipe - dispõem de apenas 360 metros cúbitos por segundo de água para atender o consumo humano, animal a indústria e a agricultura. Atualmente, essa vazão encontra-se comprometida, restando apenas 25 metros cúbicos por segundo alocáveis, exatamente o valor solicitado no projeto pelo governo federal. Sendo assim, a obra alocaria a totalidade da vazão, que atualmente se encontra na calha do rio. E não 1%, como diz a propaganda oficial do governo Lula e do PT. (Correio da Bahia, 1°/06)