Pedreira provoca polêmica no Sul
2005-06-02
Os impactos da exploração de argila e de uma usina de asfalto, da extração de quartzo e da explosão de pedras estão pondo em risco a saúde dos moradores da localidade de Rio Maior, em Urussanga, no Sul catarinense, além de comprometer a qualidade da água do rio. - Há poluição no ar e rachaduras nas paredes. Os moradores estão apresentando doenças respiratórias agravadas pelo pó proveniente da exploração de pedras da empresa Setep, nas proximidades do rio - explica a presidente da Associação Comunitária do Rio Maior (Acrima), Cenilda Maria Mazzuco.
De acordo com a moradora, quando ocorrem as detonações, os moradores sentem estremecer a estrutura das casas. A atividade da pedreira, afirma Cenilda, tem afetado também, além da saúde, o patrimônio histórico da localidade. Cada vez mais os moradores observam rachaduras nas paredes das residências.
O procurador Ricardo Donini, do Ministério Público Federal, em Criciúma, há mais de um ano investiga e estuda o caso juntamente com órgãos ambientais, a empresa e a comunidade. Nas próximas semanas, a pedido da Associação Comunitária, será ajuizada uma ação civil pública para solicitar o encerramento das atividades da empresa. De acordo com a Fatma, a empresa Setep está regular. O gerente regional Amilton Guidi afirma que já foi firmado um termo de ajustamento de conduta em audiência pública com o Ministério Público, e os estudos encomendados ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas e Ambientais (Ipat) não constataram alterações provocadas pela atividade.
O prefeito Luiz Carlos Zen afirma que a Setep tem autorização para o funcionamento, mas a licença está próxima de vencer. Entretanto, Zen diz que a prefeitura está revendo a situação de renovação, pois a empresa instalou-se no município antes de a área que a empresa ocupa ser decretada de proteção ambiental. (DC, 1°/06)