Biólogos identificam novo inseto no interior de SP
2005-06-02
Um inseto que se desenvolve nas correntezas de rios e córregos foi descoberto por biólogos da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto e da Universidade Federal de Viçosa (MG). Exemplares da espécie foram coletados há mais de dois anos na Mata de Santa Tereza, em Ribeirão, e o trabalho, que integra o Projeto Biota-Fapesp (para descobrir novas espécies), foi concluído no final de 2004. O nome dado ao inseto é Baetodes santatereza. Antes que fossem tiradas todas as dúvidas, o inseto era citado como efemérida, por pertencer ao grupo Ephemeroptera. O trabalho com a descoberta será publicado por revistas especializadas em breve, diz um dos pesquisadores, o biólogo Cléber Polegatto, da USP de Ribeirão.
O Baetodes santatereza, que mede um centímetro, no máximo, tem como uma de suas características principais agüentar fortes correntezas, pois se fixa nas pedras dos rios de maneira eficaz. Achatado e comprimido, tem cor marrom escuro.
Ele se alimenta de algas e fungos da própria pedra e vive, geralmente, de um a dois meses. Após criar asas, sai da água e vive ao redor do rio, onde se reproduz, recomeçando o ciclo da espécie.
Para que essa espécie se perpetue, é necessário que exista a preservação da mata ciliar dos rios. A Mata Santa Tereza, onde foi descoberto o inseto, tem 150 hectares de mata atlântica.
É uma unidade de conservação, classificada como ecológica e é gerida pelo Instituto Florestal do Estado de São Paulo. Nessa mata já foram encontradas 120 espécies de borboletas, além de besouros, vespas, mariposas e cerca de 20 formigas e 40 aranhas.
Também foram encontrados mosquitos de importância médica, segundo Polegatto, como o da leishmaniose e o tipo dengue da mata (sem potencial para transmitir doenças). (Estadão, 31/05)