Schwarzenegger articula plano para redução de gases estufa
2005-06-02
O que está sendo rejeitado na esfera federal norte-americana ganha cada vez mais força em nível local. Depois que diversas metrópoles dos Estados Unidos formaram, por meio de suas prefeituras, uma coalizão para a redução das emissões de gases estufa, agora a iniciativa parece rumar para a esfera estadual. E a Califórnia saiu na frente.
Ontem (01/06), o governador Arnold Schwarzenegger, falando a centenas de líderes internacionais que se reuniram na Califórnia para celebrar o Dia Internacional do Meio Ambiente instituído pelas Nações Unidas, aproveitou para anunciar o seu plano para reduzir a contribuição daquele Estado na emissão de gases que muitos cientistas acreditam ser os causadores do aquecimento global.
O plano requer uma redução ainda maior que a que vem sendo aplicada por meio das autoridades ambientais, com metas para 2020, quando se deverão atingir níveis de emissões bem abaixo dos verificados em 1990. Trata-se de um plano ambicioso, conforme alguns analistas, pois, para 2050, prevê uma redução de 80% das emissões de gases estufa com base nos índices emitidos em 1990.
–Eu afirmo que o debate está encerrado - disse Schwarzenegger, perante cerca de 500 convidados, incluindo prefeitos de mais de 70 cidade de todo o mundo que foram convidados para ouvir o anúncio das metas californianas para combate às emissões. – Conhecemos a ciência. Vemos a ameaça, e sabemos que o tempo para agir é agora - assinalou o governador.
Enquanto assinava a ordem para lançar e implementar o plano, que torna a Califórnia o maior Estado norte-americano a estabelecer metas estritas para cortar as emissões de gases estufa, podiam-se ouvir manifestantes gritando:
– Hey, hey, ho, ho, Schwarzenegger has got to go - reivindicando a saída de Schwarzenegger do governo. O protesto partiu de enfermeiros, professores e outros trabalhadores que estavam no City Hall, local do anúncio do plano, para protestar contra cortes orçamentários avalizados pelo governador.
O plano ambiental aparentemente colocou Schwarzenegger – que tem dado grande suporte à produção de veículos movidos a hidrogênio – de alguma maneira em divergência com a administração Bush, para quem os cortes nas emissões significam também problemas econômicos, por afetarem determinados setores profutivos do país.
O plano revelado nesta quarta-feira (1º/6) pelo governador, que não é obrigatório, baseia-se, em parte, nos requerimentos já delineados por uma lei estadual de 2002 que requer que o Comitê de Recursos do Ar do Estado desenvolva um plano neste ano para reduzir as emissões de gases de efeito estufa de veículos não comerciais. Contudo, o plano foi criticado por conter mecanismos coercitivos e, segundo alguns cientistas, não vai funcionar.
Alguns defensores da mudança climática que se encontraram en San Francisco, na primeira conferência das Nações Unidas sobre o tema realizada nos Estados Unidos, disseram que o plano de Schwarzenegger envia um claro sinal à comunidade internacional de que muitos norte-americanos elegeram representantes que apóiam esforços para resolver a questão do aquecimento global.
(Com informações do NY Times, Washington Post e Los Angeles Times, 2/6)