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2005-05-31
Por Elisabeth Karam Guimarães

É preocupante a notícia divulgada nos meios de comunicação neste final de maio de 2005 sobre os altos índices de desmatamento na Amazônia (biênio 2003-2004). Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) com base em imagens de satélite, foram desflorestados neste período 26.130 km quadrados, representando um crescimento de 6,23 % no desmatamento em relação ao biênio anterior. Isso equivale a um território maior do que os da França e Portugal juntos.

A destruição impiedosa da Floresta Amazônica continua num ritmo acentuado com a conivência de políticos que confundem bem público com interesses pessoais. Um exemplo é o fazendeiro milionário e político irredutível que preside a produção brasileira de soja: Blairo Maggi, o governador do Estado do Mato Grosso, que responde por quase metade do desmatamento da Amazônia. Maggi não derruba lágrimas pelas árvores perdidas, afirmando que, para ele, um aumento de 40% no desmatamento não quer dizer nada. A sobrevivência da Floresta Amazônica, que ocupa mais de 4 milhões de quilômetros quadrados e cobre mais da metade do território brasileiro, pode ser a chave para a sobrevivência do planeta.

Sabemos que cerca de 20% já teria sido destruída pelas madeireiras e pelo desmatamento para a criação de gado. Mas a explosão da soja aumentou dramaticamente o ritmo de destruição da floresta. O Jornal Britânico Financial Times publicou: Destruição da Floresta Amazônica tem maior alta dos últimos 10 anos. ....Uma área com tamanho equivalente ao da Bélgica foi devastado no último ano, e avalia que a culpa é da recuperação econômica e do boom agrícola pelo qual o Brasil está passando. — Os resultados devem redirecionar a atenção internacional para os esforços do governo de deter a destruição da maior fonte de água doce, absorção de carbono e biodiversidade do mundo-, diz o Financial Times. O país já conta com leis severas e projetos viáveis de desenvolvimento sustentável para a Amazônia. O que está faltando é uma fiscalização mais eficiente e menos corrupta e, principalmente, um real empenho do governo em impedir o desflorestamento.

O governo deixa que o Ministério do Meio Ambiente atue como figurante na defesa da floresta, mas por outro lado, dá todo o apoio ao agronegócio e patrocina projetos que favorecem o desmatamento, como a rodovia BR 163. A Amazônia precisa de uma política de Estado que olhe mais longe, pensando na saúde e sobrevivência do planeta. Sem isso, os ricos ecossistemas que constituem a floresta - e que reúnem a maior biodiversidade do planeta - conhecerão o mesmo destino da Mata Atlântica, que já cobriu enormes extensões do país - ser reduzida a umas poucas faixas em lugares de difícil acesso.

Lembro do que José Lutzenberger falava em seus discursos: — Uma economia não pode crescer infinitamente, exponencialmente, num mundo finito-. Citando Fritoj.Capra: — Os ecossistemas alcançam a estabilidade e a capacidade de recuperar-se dos dos desequilíbrios por meio da riqueza e da complexidade de suas teias ecológicas. Quanto maior a biodiversidade de um ecossistema, maior a sua resistência e capacidade de recuperação-.

* Elisabeth Karam Guimarães mora em Porto Alegre e faz parte da ONG Núcleo Amigos da Terra e Movimento Petrópolis Vive da capital gaúcha. Dados estatísticos da Folha de São Paulo, 21/05/2005.

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