Abertas inscrições para simpósio sobre espécies invasoras
2005-05-30
Já estão abertas as inscrições para o I Simpósio Brasileiro sobre Espécies Exóticas Invasoras, a ser realizado em outubro, na capital do país. O encontro vai discutir a segunda causa de redução da biodiversidade no mundo - só perde para alterações de habitats por intervenção humana. As inscrições podem ser feitas até 15 de julho pelo endereço eletrônico www.mma.gov.br/invasoras.
As espécies exóticas invasoras incluem fungos, pragas, seres vivos microscópicos, animais e ervas daninhas dispersos, de forma acidental ou intencional, fora de sua área natural de distribuição. Com freqüência, provocam sérios prejuízos à produção agrícola, ao meio ambiente e até ao próprio homem - maior responsável pelo desequilíbrio.
Num processo também chamado de contaminação biológica, as espécies exóticas se naturalizam e alteram o funcionamento do ecossistema original. Caso, por exemplo, do caramujo-gigante-africano, que entrou ilegalmente no país, na década de 1980, como alternativa à criação de escargot.
A espécie não atendeu aos requisitos gastronômicos e foi irresponsavelmente abandonada, disseminando-se por zonas de produção agrícola. Além de contribuir para a destruição de plantações de hortaliças, o caramujo também pode transmitir moléstias como a angiostrongilíase (infecção causada por parasita que pode provocar a morte de crianças).
Problema semelhante se deu com o aparecimento de javali (ancestral do porco doméstico) no Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai. O animal causa danos às culturas agrícolas, ataca pequenos animais domésticos e transmite a leptospirose e a febre aftosa.
É o caso, ainda, da introdução da planta leucena, forrageira alimentar do gado, que virou praga no Arquipélago de Fernando de Noronha, ou do capim-anoni, gramínea africana que infestou pastagens nativas do Rio Grande do Sul e do Paraná. E, ainda, dos pinheiros do gênero Pinus, apontados como campeões de invasões por um levantamento nacional em andamento (estão presentes em 35 unidades de conservação no Sul e no Sudeste).
O encontro que vai discutir todas essas questões e analisar as possíveis formas de controle está sendo organizado pelo Ministério do Meio Ambiente, com apoio do Instituto Hórus (de Curitiba-PR), da The Nature Conservancy, do Centro de Recursos Genéticos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), da Fundação Oswaldo Cruz e da Universidade Federal de Viçosa.
Os trabalhos científicos e comunicações de ocorrência de espécies exóticas invasoras deverão ser enviados até 25 de julho, de acordo com normas que estão disponíveis nos endereços www.institutohorus.org.br e www.organismosinvasores.org.br. É possível esclarecer dúvidas ou pedir mais informações pelos e-mails invasoras@mma.gov.br e infosimposio@institutohorus.org.br. (Agência Brasil, 29/05)