Greenpeace espanhola pede cassação de autoridade nuclear
2005-05-30
A Greenpeace espanhola reclamou, neste final de semana, ao ministro da Indústria, Comércio e Turismo, José Montilla, que tenha coragem política de cassar a presidenta do Conselho de Segurança Nuclear (CSN), María Teresa Estevan Bolea, pelas contradições e mentiras em que incorreu quando, segundo acusam, tratou de minimizar a situação de alto risco vivida por oito meses na central de Vandellós.
A ONG ecologista elaborou um informe sobre essas mentiras e contradições da presidenta da CSN, na qual assegura que, durante esses oito meses, a central de Vandellós 2 esteve em funcionamento sem as medidas necessárias de segurança. O responsável pela Campanha Nuclear da Greenpeace na Espanha, Carlos Bravo, declarou que a ONG pediu a demissão de Estevan Bolea, mas como ela não aconteceu, o grupo deverá recorrer ao Congresso de Deputados.
–Mas o ministro Montilla parece estar acomodado, não vendo o que acontece. Está resvalando no tema, já que é o responsável máximo pelo que ocorrer na central, denunciou Bravo. Segundo ele, parece que, para defender a indústria nuclear, o ministro está muito disposto, mas, quando há algum problema, ele se cala.
Segundo o informe da Greenpeace, Estevan Bolea mentiu flagrantemente ao ocultar que algumas provas hidrostáticas não foram realizadas. –O lógico é que a CSN havia dado instruções à central para que se efetuasse a prova de maneira imedidata. Ao não fazê-lo, é uma prova de mais uma atitude negligente da CSN e de sua presidenta, acrescentou.
–A usina de Vandellós-2 entrou em funcionamiento em 1987, e a outra central passou a ser desmantelada em meados dos anos 90. Isto reflete bem um descaso absoluto e um desconhecimento de coisas básicas, concluiu o responsável pela campanha da Greenpeace. (El Mundo, 30/5)