(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2005-05-30
O Tietê está chegando ao seu limite. Com o crescimento populacional da Grande São Paulo e a contínua impermeabilização do solo, nem as obras de mais de R$ 1 bilhão para a ampliação do leito do rio e a construção de novos piscinões impedirão um futuro caótico de inundações nas marginais paulistanas. A avaliação é do secretário estadual de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento, Mauro Arce, que decreta: - Temos dez anos para reverter essa tendência. Ou tomamos juízo ou será o caos. Para ele, é preciso impedir a contínua ocupação das áreas de manancial e haver mudanças nas leis de uso e ocupação do solo que obriguem as novas construções a ter maior área permeável, para reduzir a velocidade com que a água chega ao Tietê, a principal calha da Grande São Paulo.

Leia abaixo trechos da entrevista:
Folha - A obra do rio Tietê foi muito afetada pela inundação?
Mauro Arce - Muito pouco. Só perdemos uma barcaça e uma escavadeira. Mas as empresas têm seguro e não haverá atraso.
Folha - Quando ficará pronta?
Arce - Até o início do próximo verão, creio que até 30 de setembro esteja concluída. Só nos falta escavar 5% do volume total.
Folha - Com a obra pronta não haverá mais inundações?
Arce - Difícil dizer por dois motivos. Primeiro, porque o volume de chuva foi muito grande em pouco tempo. Depois, e mais importante, é que estamos chegando num limite do Tietê. Não há mais espaço físico para grandes obras de engenharia. Temos que continuar fazendo os piscinões previstos para a água chegar dos afluentes ao rio Tietê mais devagar. Mas mesmo assim as áreas possíveis estão acabando.
Folha - O que é possível fazer?
Arce - Uma chuva como a desta semana não causaria tantos estragos há 40 anos, porque a área permeável da cidade era bem maior. Havia menos construções e a água não chegava tão rápido aos rios Tietê e Pinheiros. Havia várzea, onde eu mesmo jogava bola. Hoje, está tudo ocupado. É preciso mudar a lei de uso e ocupação do solo na cidade, obrigando as novas construções de casas e prédios a ter áreas verdes maiores, por exemplo. Também temos de controlar o crescimento da cidade, que ainda hoje explode nas periferias, principalmente nas áreas de manancial (na zona sul), reduzindo a qualidade da água das represas. Caso contrário, ficaremos sem água tratada e com mais enchentes no Tietê, a principal calha da cidade. A natureza está nos dando uma grande lição: ou tomamos juízo ou será o caos.
Folha - Mas e a obra no Tietê, que já custou mais de R$ 1 bilhão? E os piscinões que o Estado está construindo? Não vão surtir efeito?
Arce - Vão. Mas por um tempo limitado, pois a impermeabilização da cidade é um processo contínuo. Já fizemos 20 piscinões, temos mais cinco em licitação e construção e outros 27 em projeto. Mas em alguns anos não haverá áreas disponíveis para construir esses tanques de retenção.
Folha - Em quanto tempo? Dez anos? Vinte anos?
Arce - Se continuarmos nesse ritmo, em mais dez anos chegaremos ao limite do Tietê. Além do mais, a população não gosta de piscinões. E é natural que seja assim. Ninguém gosta de lombada, Febem e feira livre perto de casa. (Folha de São Paulo, 27/05)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -