Mercado de orgânicos continua em expansão
2005-05-25
Legumes, verduras, frutas e todos os tipos de produtos produzidos sem agrotóxicos ocupam cada vez mais as prateleiras dos supermercados. São pelo menos duzentos produtos oferecidos, dentre os mais variados, como catchup orgânico, café de grão orgânico, bolacha, açúcar, arroz, trigo, cerveja, vinho e polpa de tomate, todos produzidos sem o uso de agrotóxicos. Segundo a assessoria do Hippo Supermercados de Florianópolis, as vendas crescem 50% ao ano e nos últimos três anos o crescimento da procura deste tipo de produto no Hippo foi de cerca de 80%.
Em Santa Catarina, dados do Instituto de Planejamento e Economia Agrícola (Instituto Cepa) mostram que, em 2002, cerca de 50 associações, perfazendo 2000 famílias rurais, fora produtores e empreendimentos isolados, utilizam essa forma de produção em várias regiões do Estado.
Na região Sul, os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul cultivam uma tradição ecológica que data da década de 70 e se reflete em diversos movimentos estruturados de produção orgânica, que envolvem propriedades rurais familiares e de micro, pequenas e médias indústrias.
A maior parte da produção orgânica do país, cerca de 70%, é proveniente de pequenas propriedades familiares. O Brasil é um dos países onde mais cresce a produção orgânica no mundo chegando a valores entre 30 e 50% ao ano. Por aqui são desenvolvidos mais de 30 tipos de cultivos orgânicos, sendo que o Paraná é o principal produtor.
O alto valor dos orgânicos, no entanto, faz com que os produtores explorem principalmente o mercado externo. A maior parte da produção orgânica brasileira (85%) é exportada, ficando apenas 15% para o mercado interno.
Os principais pontos de crescimento do agronegócio orgânico estão situados no hemisfério norte do planeta – EUA, Japão, União Européia, Leste Europeu – e na Austrália. Além das dificuldades causadas pelo inverno rigoroso, ainda há nessas regiões o fato de que o consumidor possui maior capacidade de discernimento, maior poder de compra e está mais sensibilizado para os problemas ambientais.
Alimentos modernos podem causar doenças
Segundo o pesquisador Rubens Altmann, do Instituto Cepa-SC, pesquisas no campo da medicina e da biologia, realizadas pelo Dr. Jean Seignalet, médico pesquisador da Faculdade de Medicina de Montpellier e diretor do laboratório de histocompatibilidade de Montpellier – França, demonstram que várias doenças auto-imunes, como alergias, rinites, a poliartrite reumatóide, a esclerose de placa, a asma, alguns tipos de câncer, entre outras, estão associadas à ingestão dos chamados alimentos modernos.
De acordo com estas pesquisas, as enzimas e as mucinas (que realizam a digestão no intestino delgado) não são, na maior parte dos casos, capazes de desdobrar os alimentos modernos, ricos em macromoléculas. (Com informações da Alvo Comunicação)