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2005-05-25
Um cargueiro passa lentamente pelo canal do porto de Miraflores, trazendo contênieres vermelhos, alaranjados e brancos de seis ou sete metros de altura. A água que opera o Canal do Panamá flui desde Gatún Lake até Miraflores, e seu fluxo depende muito da saúde das florestas ao redor da região.

Pouco tempo antes de o navio chegar, quando os níveis de água eram iguais, os portões do outro lado da doca abriam-se, e então a embarcação movia-se para a próxima câmara. Mais uma vez, a água recuava, os portões se abriam e o navio com suas toneladas de carga passsava para o Oceano Pacífico.

Mas não somente ele: algo mais se movia. Cerca de 26 milhões de galões de água, quantidade que é drenada de Pedro Miguel e Miraflores avançam ou recuam cada vez que um navio entra no canal, indo ou saindo do Pacífico. A mesma quantidade de água vai para o Atlântico quando um navio passsa por Gatún Lake, no outro lado do istmo. Assim, cada navio transitando pelo canal significa 52 milhões de galões de água. Em dias mais movimentados, são cerca de 40 aberturas e fechamentos do canal.

A água vem de Gatún Lake, um dos maiores lagos artificiais do mundo, criado durante a construção do canal, que depende desse lago e de sua água. Estes, por sua vez, dependem diretamente da floresta das redondezas. Mas, nas últimas décadas, metade da água do lago tem sido perdida para a agricultura e por causa de atividades de corte de madeira. Os panamenhos sabem o que acontecerá se eles não puderem manter um suprimento adequado de água para o canal. Na seca do inverno de 1990-91, a falta de água forçou os operadores do canal a cortarem o barramento de água no local por mais de 30 dias, algo que ninguém pensaria em repetir.

Embora a Cidade do Panamá seja hoje um grande centro financeiro, alguns especialistas estimam que o canal e seus negócios associados contribuam com 40% ou mais da economia da nação. E se o Panamá optar por incrementar ou expandir o canal, uma questão que deverá entrar na pauta de um referendo ainda neste outono, a confiabilidade do abastecimento de água de Gatún Lake será ainda mais crucial.

–Precisamos de água para o funcionamento do canal, assinala Reyna Carrillo, guia de Miraflores. –Sem água, seremos o maior abismo do mundo, diz ela aos turistas.

A Autoridade do Canal do Panamá e um grupo de cientistas estão atuando juntos para estudar a hidrologia de Gatún Lake, a fim de restaurar os ciclos de água e ensinar as pessoas a viverem com atitudes de preservação do ecossistema local. Gatún Lake é alimentado pelo Rio Chagres, que foi muito prejudicado durante a construção do canal. Ele se estende do istmo até a parte mais elevada do canal, ou seja, a parte da travessia.

A água, em si mesma, não é um problema. O Chagres irriga uma floresta tropical onde chove 10 pés ou mais por ano - cerca de três vezes mais do que chove em Seattle ou em Nova Iorque, e, teoricamente, mais do que o suficiente para manter as operações do canal.

Contudo, a chuva não cai uniformemente durante o ano. A maior parte da precipitação é verificada de maio a dezembro, sendo de pancadas breves, porém muito intensas. A chuva é tão pesada no Panamá que os construtores do canal a descreviam, antigamente, como temporais que transformam ar em água.

Muito dessa água serve para alimentar as florestas que circundam Gatún Lake. Mas o desflorestamento está prejudicando a absorção das águas da chuva pesada. Em decorrência, registram-se enchentes que prejudicam o movimento no canal, na represa de Gatún. Ao mesmo tempo, a erosão provocada pelo desmatamento reduz a capacidade de armazenamento de água no lago.Em conseqüência do assoreamento, muitas populações de cidades que se abastecem do lago, como Gamboa e da Ilha de Barro Colorado, precisam filtrar a água para o consumo, ou então utilizar água engarrafada.

Outros problemas graves são o desvio de água para a irrigação de lavouras e o corte indiscriminado de árvores, que afeta o equilíbrio de espécies das florestas locais, como as de macacos e tucanos. Hoje, existem mais de três mil quilômetros de trilha, na região, abertos por desmatadores. Segundo o geólogo Robert F. Stallard, do Instituto de Pesquisas Smithsoniano, em 2000 a região do canal já havia perdido 53% de sua cobertura florestal original. (The New York Times, 24/5)

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