Famílias catarinenses e gaúchas atingidas pela Usina Foz do Chapecó iniciam no dia 23 um acampamento permanente na região do futuro canteiro de obras, na comunidade de Volta Grande, em Alpestre (RS). A usina será construída no leito do rio Uruguai, entre os municípios de São Carlos e Alpestre. A decisão foi tomada pela coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), indignada com o trâmite da negociação envolvendo o reassentamento e o repasse de indenizações às famílias atingidas direta ou indiretamente. Segundo José Mauro Bremm, membro da coordenação estadual do MAB, desde 1997 se iniciou um processo de negociação para formalizar garantias para as mais de 3.500 famílias que vão ser atingidos pela barragem. Bremm diz que as famílias de agricultores estão impacientes com a situação. Não sabem se vão continuar plantando, porque já tiveram prejuízos pela indefinição e o clima de insegurança que se instalou em toda a região.

O diretor-adjunto de Meio Ambiente do Consórcio Energético Foz do Chapecó, Walter Zer dos Anjos, disse que os construtores da usina não devem se manifestar contrariamente ao acampamento. Se as obras iniciarem entre janeiro e março de 2006, as turbinas da hidrelétrica poderão ser ligadas a partir de setembro 2009. Ao todo, a Usina Foz do Chapecó vai gerar 855 megawatts de energia. Considerado um dos maiores projetos civis do Oeste do Estado, a usina vai exigir um investimento de R$ 2 bilhões.(A Notícia, 23/05)