Cidade de Tefé, no Amazonas, retoma coleta municipal de lixo provisoriamente
2005-05-24
A casa de Jean Nobre, técnico em informática, já não é mais um depósito de lixo. Ele mora em Tefé, município de 69.500 habitantes na região central do Amazonas, onde a prefeitura interrompeu por dez dias a coleta municipal de lixo por ordem da Justiça Federal. No último sábado, a coleta foi reativada, graças a um terreno cedido pelo empresário Fernão Alves – um empréstimo, porém, de apenas sete dias. Jean despediu-se com alegria do mau-cheiro que tomava conta das ruas da cidade, mas corre o risco de logo ser obrigado a conviver com ele novamente.
A solução definitiva para o impasse será buscada hoje em Manaus, em uma audiência pública que ocorrerá às 17h00 no Ministério Público Federal, reunindo o prefeito de Tefé, Sidônio Gonçalves (PFL), representantes do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Infraero. Segundo o procurador da república Carlos Henrique Dumont, o objetivo da reunião é encontrar uma maneira para que a prefeitura consiga cumprir a decisão da Justiça de tratar e depositar o lixo de Tefé a uma distância de pelo menos dez quilômetros do aeroporto.
O motivo da interrupção da coleta foi uma liminar emitida pela Justiça Federal no dia 10 de maio, que proibiu o uso do lixão da cidade. A liminar foi fruto de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal, a partir de uma denúncia da Infraero: o lixão fica a apenas dois quilômetros do aeroporto e a presença de urubus colocava em risco a vida dos passageiros. Segundo a assessoria de imprensa da Infraero, o impacto de um urubu com a turbina de uma aeronave equivale a uma tonelada. (Agência Brasil, 23/5)