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2005-05-23
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou na sexta-feira (20/05) seis unidades de conservação no estado do Pará, num total de 603 mil hectares, dentro do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa). Na solenidade comemorativa do dia da biodiversidade biológica (22 de maio), Lula fez uma defesa veemente da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e da política de preservação ambiental do seu governo.

- Ela (Marina) tem sido a própria cara do que nós estamos tentando imprimir no nosso país. Ou seja, quando a gente fala em preservação ambiental, em meio ambiente, biodiversidade, ecossistema, a gente não tem que olhar para outra coisa a não ser para a cara da nossa ministra, porque ela representa exatamente a síntese daquilo que as melhores almas do mundo fazem em busca da proteção do planeta - disse Lula.

O presidente afirmou que o setor de meio ambiente no Brasil é muito criticado e atribui-se ao Ibama e ao Ministério do Meio Ambiente a responsabilidade por vários projetos parados. Para ele, o Ibama e Ministério nada mais fazem do que cumprir a legislação.

- Mas o simples cumprimento da lei, muitas vezes, deixa as pessoas indignadas, porque alguns, se pudessem, desmatavam tudo. Alguns se esquecem de olhar para as grandes regiões metropolitanas que já estão totalmente degradadas, por irresponsabilidade, há 50 anos, há 40 anos, e mesmo assim algumas pessoas resistem a que as coisas aconteçam da melhor forma possível, onde as pessoas possam cortar uma árvore para fazer um móvel, mas que isso seja dentro de critérios, de regras estabelecidas, de um processo de manejamento - disse Lula, acrescentando: - Alguns são vorazes, eles, se pudessem, derrubavam tudo com trator ou com motosserra. Se pudessem poluíam todas as águas, porque alguns, por ignorância, acham que são infindáveis os bens que a natureza nos deu.

Lula disse que a ministra Marina conseguiu no governo agregar 13 ministérios na discussão de temas e projetos que envolvem meio ambiente e citou o projeto de revitalização do Rio São Francisco. Segundo Lula, quando Marina foi escolhida para o ministério muitas pessoas tiveram medo que os projetos que dependem de liberação ambiental ficassem paralisados.

- A Marina causou medo quando eu a escolhi para ministra porque achavam que eu ia colocar como ministra uma pessoa que não ia deixar acontecer mais nada neste país. O não acontecer neste país é as pessoas quererem que o governo autorize a se fazer as coisas que são ilegais - disse.

Na solenidade, a ministra defendeu a política de controle do desmatamento. - Precisamos garantir o uso sustentável da floresta e frear o desmatamento. Não há como reverter o desmatamento somente com medidas de controle. Ações de ordenamento territorial são imprescindíveis, assim como o combate à grilagem - disse a ministra.

Além das seis novas unidades de preservação - cinco reservas extrativistas e uma biológica -, na solenidade o Banco Mundial e o WWF-Brasil doaram US$ 6,6 milhões para o Programa de Áreas Protegidas da Amazônia. (O Globo, 20/05)

ARPA
O Programa de Áreas Protegidas na Amazônia (Arpa), criado em 2002, implementou 23 unidades de conservação, num total aproximado de 16 milhões de hectares. Com dois meses de antecedência, superou a meta de criar nove milhões de hectares. O objetivo é criar parques e reservas com no mínimo 50 milhões de hectares da Amazônia até 2012. Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, o Arpa conta com o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, Banco Mundial, WWF Brasil e Alemanha, e tem 395 milhões de dólares para investimentos até 2012. (CP, 21/05)

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