90% do esgoto em Canoas não teriam tratamento
2005-05-23
O secretário de Preservação Ambiental, Marcos Aurélio Chedid, avalia que a cidade possui cerca de 120 mil residências e dessas apenas oito mil têm o esgoto tratado. Ou seja, mais de 90% do esgoto produzido em Canoas não receberiam tratamento adequado. - Existe um despejo direto nos nossos recursos hídricos - denuncia Chedid.
Chedid vai além e responsabiliza a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) pelo problema. A empresa detém a concessão do serviço no município. O diretor de operações da Corsan, Jorge Acorsi, admite que apenas uma pequena parte do esgoto do município é direcionado para a Estação de Tratamento de Esgoto da Companhia. Acorsi revela que a ETE não está trabalhando nem com 10% da sua capacidade. O diretor explica que dois fatores contribuem para que a ETE não funcione a pleno. Nem todos os bairros da cidade possuem rede de esgoto e naqueles onde já foi instalada, nem todas as casas estão ligadas a ela. Atualmente existem 8.408 ligações de esgoto na cidade. A rede, com 129.650 metros, atende os bairros Cinco Colônias, Moinhos de Vento, Central Park, Vila Fernandes e Chácara Barreto. Chedid comenta que não existe uma estudo profundo sobre o tema, mas para discutir o problema a Prefeitura está constituindo uma comissão com os secretários da Saúde, Planejamento Urbano, Obras e Sempa. Um dos objetivos é realizar encontros com representantes da empresa e fazer uma auditoria do sistema da Corsan e detectar a realidade do serviço. Chedid diz que a prioridade é o tratamento do esgoto, considerado por ele o maior problema ambiental do município. (Diário de Canoas, 20/05)