Canoenses sofrem com poluição
2005-05-23
A dona de casa Maria Santa Brito da Silva, 32 anos, é apenas uma das centenas de canoenses que sofrem com a poluição às margens dos valões. Ela vive com os seis filhos à beira do valo do Dique, no Bairro Mato Grande, há cerca de três anos. Maria relata que as crianças sofrem com os constantes resfriados, com crises de bronquite, verminose e picadas de mosquito. Na maior parte dos casos, essas doenças são decorrentes do frio e do despejo de esgoto nos arroios e valas de macrodrenagem de Canoas, na Grande Porto Alegre. Para avaliar a real situação da saúde dos canoenses, são desenvolvidos na cidade dois projetos voltados para os impactos ambientais. O objetivo é comparar os dados desses projetos com as doenças mais freqüentes, num cruzamento de informações. A Prefeitura, por meio da Secretaria de Preservação Ambiental (Sempa), dentro do Plano de Gestão, está fazendo o cadastro e licenciamento das chamadas fontes poluidoras. O titular da secretaria, Marcos Aurélio Chedid, revela que a Sempa fiscaliza empresas de pequeno e médio portes para detectar se estão causando algum dano ambiental.
Neste ano a Sempa licenciou 250 estabelecimentos comerciais, como oficinas mecânicas, padarias, lavagem de carros, supermercados e indústrias. Outros 500 foram notificados e têm prazo de 30 dias para se adequar às exigências. Chedid observa que essas empresas não representam grandes riscos ao ambiente e os problemas mais comuns constatados nesses locais são a falta de alvarás de incêndio e sanitário, óleo no chão e estopas com produtos químicos, que são despejados no lixo e vão direto para o esgoto da cidade. (Diário de Canoas, 20/05)