Pesquisadores vão estudar fauna e flora relacionadas aos arrozais gaúchos
2005-05-23
Por Ingrid Holsbach
A Unisinos, através do Laboratório de Ecologia e Conservação de Ecossistemas Aquáticos, em parceria com a Fundação O Boticário está desenvolvendo uma pesquisa sobre flora e fauna relacionadas aos arrozais no Rio Grande do Sul. O projeto, que começou em janeiro de 2005, tem como objetivo verificar quais as espécies de animais e de plantas são encontradas nas regiões de arrozais irrigados e compará-las com as espécies que habitam áreas de banhados naturais. Este trabalho surgiu de um projeto anterior, também financiado pela Fundação O Boticário, o qual constatou que os banhados naturais cercados por arrozais apresentam uma maior riqueza de aves em comparação com outras regiões. A partir desta descoberta decidiu-se ampliar a pesquisa para incluir outras espécies de plantas e animais.
Segundo o vice-coordenador do projeto, Demétrio Guadagnin, a pesquisa busca encontrar formas de compatibilizar a conservação da biodiversidade com a atividade agrícola. A equipe ainda não está definida, mas contará com alunos da graduação, da pós-graduação e pesquisadores da área da biologia. A pesquisa é dividida em duas etapas: a primeira, que está sendo realizada, é a coleta de dados; e a segunda, a análise destes dados com posterior publicação.
Três propriedades rurais localizadas no município de Mostardas serão analisadas. A região é fortemente influenciada pela Lagoa do Peixe, que abriga mais de 80% das espécies de aves, e ao mesmo tempo é uma região intensamente usada para a cultura do arroz. As lavouras de arroz, segundo Guadagnin, constituem o principal aspecto de destruição dos ambientes úmidos naturais. Com base nisso, o foco do trabalho é, justamente formular pequenas áreas de preservação privadas nas próprias propriedades, formando assim corredores ecológicos. Atualmente, o Rio Grande do Sul possui menos de 1% de áreas de conservação, enquanto o Brasil possui menos de 3%. O trabalho terá a duração de 18 meses e conta com uma verba de 10 mil reais doada pela Fundação O Boticário. A União Protetora do Ambiente Natural (UPAN) - de São Leopoldo - também apoia o projeto.