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2005-05-23
Há quase uma década, a Tampa Electric, empresa do setor elétrico dos Estados Unidos, abriu uma planta inovadora de geração de energia que trocou o carvão, o mais abundante e sujo combustível fóssil, por um gás relativamente limpo, cuja queima gera eletricidade. A mudança não apenas fez com que a empresa causasse menos poluição do que as plantas convencionais de queima de carvão como também a tornou 10% mais eficiente.

O secretário de Energia dos EUA na época, Hazel R. OLeary, foi até a empresa, localizada entre Tampa e Orlando, e congratulou-se com a medida, assinalando que ela marcava uma nova era para a energia limpa a partir do carvão. Oficiais federais ainda se referem ao ciclo integrado de gaseificação como o coração do processo tecnológico do futuro para este tipo de geradora, especialmente devido à sua habilidade de eliminar a geração de gases de efeito estufa que causam o aquecimento global.

Desde que essa planta foi inaugurada, contudo, nenhuma unidade similar foi construída nos Estados Unidos. Reservas abundantes de gás natural – combustível mais limpo e mais barato – permanecem em meio ao caminho. Mas mesmo agora, com os preços do gás seguindo o ritmo de alta dos preços da gasolina, e com as empresas voltando a utilizar o carvão, a maioria das novas plantas – cerca de nove entre dez – não utilizarão a tecnologia de ciclo combinado de gaseificação integrada.

A razão é muito simples. Uma unidade de baixa poluição e alta eficiência tecnológica como a Tampa Electric é cerca 20% mais cara de construir do que uma unidade convencional que pulveriza e queima carvão. Há complicações para o financiamento dessas unidades, especialmente em mercado desregulamentados. Um empréstimo federal de US$ 143 milhões cobriu cerca de apenas 25% dos custos de construção da Tampa Electric, que, originalmente, foi um projeto experimental. A vantagem de longo prazo desta tecnologia é a habilidade de controlar as emissões de gases estufa. Mas isto não é levado oficialmente em conta porque os Estados Unidos não têm uma política federal para este tipo de controle.

Este poderia ser um problema para uma futura política nacional de energia, afirmam os críticos, pois as plantas que estão sendo planejadas hoje terão ym tempo de vida de meio século ou mais. –É um espectro muito temerário. Se estamos essencialmente trancando nossas emissões de carbono para os próximos 50 anos, antes temos que Ter outra chance para pensar novamente a respeito, disse Jason S. Grumet, diretor-executivo da Comissão Nacional de Política Energética.

A comissão, um corpo independente de aconselhamento na área energética, recomendou ao governo federal gastos adicionais de US$ 4 bilhões, por 10 anos, para acelerar a aceitação da tecnologia pela indústria energética. Em um relatório recente, a comissão concluiu que o futuro do carvão e o sucesso da política de mitigação dos gases de efeito estufa estão altamente dependentes do sucesso dessas tecnologias serem comercializadas e desenvolvidas ao longo dos próximos 20 anos.

As economias operacionais dessas plantas começam com uma combustão mais eficiente: elas fazem uso de menos 15% da energia liberada pela combustão do carvão, relativamente às plantas convencionais, de modo que seja necessário o uso de menos combustível. As plantas necessitam de cerca de 40% menos água do que as plantas convencionais a carvão, uma significativa redução no consumo deste recurso, especialmente válida nos estados áridos do Oeste. (Fonte: The New York Times, 22/5)

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