Empresas fazem acordo para retirar DDT que mata águias na Califórnia
2005-05-23
Um esforço para fazer reviver pássaros nas Ilhas de Santa Catalina (Califórnia) tem custado milhões de dólares para pesquisadores norte-americanos, mas a presença peristente do DDT (diclorodifenil tricloroetano) é uma ameaça séria a tal projeto. Por 25 anos, especialistas em vida selvagem teêm lutado para recuperar a população de águias nas Ilhas Santa Catalina, destruída por um massivo depósito de DDT na Península de Palos Verdes. Mas, após gastos de milhões de dólares e ainda incertos de que a população de águias vai conseguir sobreviver sem considerável ajuda humana, o Estado e oficiais federais recomendam que o projeto seja abandonado— o que fez crescerem os protestos de amantes da natureza e dos próprios cientistas, sem contar dos residentes das ilhas.
As águias das Catalinas são as únicas populações residentes de sua espécie que sobreviveram na costa do Sul da Califórnia, as únicas também a resistirem no condado de Los Angeles. Mas como elas consomem peixes contaminados por DDT, produzem ovos com problemas, transmitindo danos de saúde a futuras gerações.
A recomendação para a suspensão do programa das Catalinas é parte de um pré-projeto de agências do governo que tentam decidir como gastar US$ 25 milhões de um acordo firmado com companhias do setor químico para ajudar os peixes do Sul da Califórnia e os pássaros a se recuperarem de décadas de depósitos de DDT nas bases do oceano.
Há vários outros projetos propostos, entre eles a construção de recifes artificiais perto de San Pedro, o monitoramento de falcões peregrinos em Channel Islands e o lançamento de águias ao norte dessa mesma região. Ao todo, US$ 140 milhões foram disponibilizados para reparar o ecossistema marinho do sul da Califórnia. Este é o segundo maior acordo da história para o reparo de recursos naturais, sendo superado apenas pelo caso do Exxon-Valdez, quando do vazamento de óleo no Alasca, em 1989.
Do final de 1940 até o início dos anos 70, milhões de quilos do inseticida DDT foram despejados em esgotos do condado pela Montrose Chemical Corp., fábrica perto de Torrance, a cerca de uma milha da península de Palos Verdes. Uma área de 17 milhas quadradas e a 200 pés de profundidade foi declarada como alvo do Superfund em 1996 – o Superfund é um programa do governo federal destinado à despoluição de áreas contaminadas por resíduos perigosos. Atualmente, em torno de cem toneladas de DDT permanecem depositadas nos bancos do oceano, naquelas imediações. Após dez anos de litígio, Montrose, seis outras empresas e o condado de Los Angeles, juntamente com outras 150 municipalidades, fizeram um acordo para o pagamento de US$ 140 milhões em indenizações. (Los Angeles Times, 22/5)