Fertilização com sulfato de amônio na cultura do milho em um solo de cerrado de Brasília sob pastagem de Brachiaria decumbens
2005-05-23
Resumo: Nos cerrados tem-se adotado o sistema de integração lavoura-pecuária por tratarse de tecnologia de recuperação/renovação de pastagem em consórcio com culturas anuais, como a do milho. Nesse sistema a fertilização da lavoura recupera a pastagem e a mantém produtiva. Dentre os nutrientes aplicados nas fertilizações destaca-se o nitrogênio, que no solo sofre várias transformações e sua eficiência é comprometida com as épocas e doses de aplicação na pré-semeadura, em capim-Braquiária, e/ou em cobertura na cultura do milho.
O objetivo do trabalho foi determinar as doses de nitrogênio na forma de sulfato de amônio e estabelecer a aplicação desse nutriente se em pré-semeadura e/ou em cobertura do milho no sistema de integração lavoura-pecuária. O experimento foi desenvolvido na Fazenda da Universidade de Brasília-UnB, em pastagem degradada de Brachiaria decumbens implantada em um LATOSSOLO VERMELHO AMARELO Distrófico típico. Procedeu-se à correção do solo com calcário dolomítico (1,3 t ha-1) e à adubação corretiva com 80 kg ha-1 de P2O5, 50 kg ha-1 de K2O, respectivamente, na forma de superfosfato simples e cloreto de potássio.
O nitrogênio na forma de sulfato de amônio, nas doses de 60 e 120 kg ha-1, foi aplicado manualmente em pré-semeadura (73 dias antes da semeadura do milho), na posição dos sulcos para semeadura do milho. O capim-Braquiária foi dessecado com o uso do herbicida paraquat (2 L ha-1) em duas aplicações. O milho híbrido simples AG-450 foi semeado manualmente, em sulcos espaçados de 0,80m, resultando em uma população de 62.500 plantas por hectare. Na semeadura do milho em todos os tratamentos aplicaramse 30 kg ha-1 de N, 110 kg ha-1 de P2O5 e 70 kg ha-1 de K2O, respectivamente, nas formas de sulfato de amônio, superfosfato simples e cloreto de potássio. A adubação de cobertura do milho foi realizada, manualmente, no estádio V4 do milho nas doses de 30, 60 e 120 kg ha-1 de N na forma de sulfato de amônio, aplicando-se também 30 kg ha-1 de sulfato de zinco. Tanto na pré-semeadura como na cobertura incluiu-se tratamento sem N-fertilizante (0 kg ha-1 de N), mas que recebeu na semeadura do milho a dose de 30 kg ha-1 de N como sulfato de amônio e na cobertura 30 kg ha-1 de sulfato de zinco.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados no esquema de parcelas subdivididas com 12 tratamentos e 4 repetições. Os 12 tratamentos com doses de N corresponderam às combinações dos níveis de N em pré-semeadura e cobertura do milho. Nas parcelas dos tratamentos: 120-0 e 0-120 kg ha-1 de N foram incluídas microparcelas com as doses de sulfato de amônio marcado com 15N (120 kg ha-1), respectivamente, em pré-semeadura e cobertura. Foram realizadas análises do solo e de tecido vegetal, quantificada a massa seca e determinada a % de recuperação do nitrogênio do sulfato de amônio-15N. A média de massa seca do tecido vegetal e de grãos de milho apresentou acréscimo na produção quando o nitrogênio foi aplicado em cobertura, porém não foi significativo em relação à aplicação em pré-semeadura. As melhores respostas em produção de massa seca foram obtidas com as doses de N (kg ha- 1): 120-70 e 60-85, aplicadas em pré-semeadura e cobertura respectivamente. As maiores produções de grãos deram-se com as doses de N de 60-60 e 0-96 kg ha-1 aplicadas, respectivamente, em pré-semeadura e cobertura do milho. A recuperação do N do sulfato de amônio foi de 79 e 40% quando aplicado em cobertura e na pré-semeadura respectivamente.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP).
Autor: Antonio Xavier de Campos.
Contato: e-mail axcampos@ciagri.usp.br