(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2005-05-20
As fronteiras da devastação na Amazônia estão se ampliando para além do arco do desmatamento. Segundo um levantamento inédito do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) obtido pela Folha, pelo menos 15% da perda de cobertura florestal de 2001 a 2003 ocorreu numa faixa de 3.000 km que vai da Terra do Meio, no Pará, a Lábrea, sudoeste do Amazonas. Nessas áreas, o desmatamento está fortemente associado à grilagem de terras públicas e à expansão de estradas clandestinas - estas, resultado da ação de madeireiros e garimpeiros ilegais. Os pesquisadores do Imazon estimam, com base em imagens de satélite e dados obtidos em campo, que haja mais de 90 mil km de estradas informais na região.

– Ficamos surpresos. Achávamos que seriam 40 mil km, disse à Folha o engenheiro florestal Adalberto Veríssimo, do Imazon. Ele é um dor autores do estudo, coordenado por Carlos Souza Júnior e Amintas Brandão. Quatro frentes de expansão, nas quais não havia perda significativa de floresta em 2001, passaram em 2003 a responder por 10 mil quilômetros quadrados de desflorestamento, contra um total de 65 mil quilômetros quadrados para toda a Amazônia nesse período. As frentes correspondem, no Pará, à Terra do Meio (região entre os rios Iriri e Xingu), principalmente os municípios de São Félix do Xingu, Altamira e Tucumã; e à área da rodovia BR-163 (municípios de Novo Progresso, Itaituba e Trairão). No Amazonas, englobam a porção sul ( Lábrea, Humaitá e Boca do Acre) e sudeste (Apuí, Manicoré e Novo Aripuanã). Três municípios -São Félix, Altamira e Novo Progresso- foram os campeões de desmatamento em área absoluta em toda a Amazônia no período 2001-2003.

Sem contato
Segundo Veríssimo, a presença de estradas clandestinas explica por que razão regiões de floresta que não são conectadas por rodovias oficiais têm um índice tão alto de desmatamento. As estradas facilitam o acesso tanto do setor produtivo quanto dos grileiros à floresta e são o principal vetor de ocupação. – Quando você joga o mapa das estradas endógenas, você explica por que há desmatamento em áreas onde não se esperava que houvesse, diz Veríssimo.

Para produzir tal mapa, ele e seus colegas usaram imagens do Landsat, o mesmo conjunto de satélites que fornece as imagens processadas pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para dar os dados anuais do desmatamento, mas numa escala mais detalhada. Isso permitiu enxergar áreas desmatadas menores que 6 hectares, algo que o processamento feito pelo Inpe não consegue distinguir. – Estamos dando um zoom nessas estradas, que são indicadores fortes de pressão humana, diz Veríssimo.

O estudo do Imazon aponta ainda que é a grilagem de terras quem dá as cartas na nova geografia da destruição. Em São Félix do Xingu a pecuária ainda é importante, e ao longo da BR-163 ela começa a ganhar força. Mas há regiões como a do rio Iriri (PA) e Apuí (AM) onde a atividade produtiva não justifica o desmatamento. – A pecuária que se produz ali é de qualidade muito baixa, diz Veríssimo. – O sujeito ganha mais na poupança. Segundo Veríssimo, a avidez para tomar posse de terras públicas é encarada como investimento. A princípio, a grilagem não tem objetivo de produzir nada. O desmatamento de áreas extensas ajuda os grileiros a consolidar sua presença. – É mais especulativo do que produtivo, diz. (FSP 19/05)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -