Pesquisa Plastivida/Maxiquim indica que Brasil deve ampliar coleta seletiva
2005-05-20
Por Carlos Matsubara, de São Paulo
O Brasil ocupa a quarta colocação mundial na reciclagem de plástico, reaproveitando 16,5% do total produzido, atrás apenas da Alemanha (31%), EUA (20%) e da Áustria (19,1%). Mesmos assim, alcançamos maior sucesso do que a Europa Ocidental (12,8%) e a União Européia (14,8%), A diferença é pequena e poderia ser facilmente tirada, caso a coleta seletiva fosse ampliada no país. Este foi um dos resultados apontados por um estudo realizado pela Maxiquim Assessoria de Mercado em conjunto com o IBGE e que foi apresentada no I Simpósio Plastivida- Instituto Sócio- Ambiental do Plástico, ontem (19/5) na capital paulista.
O presidente da Plastivida, Francisco de Assis, aponta como fundamental para alcançar a plenitude na reciclagem de materiais, em especial, o plástico, a formulação de uma Política Nacional. — Seria necessária para que a indústria se posicione estratégicamente junto a todos os setores envolvidos, explica. O estudo, encomendado pela entidade, foi realizado em 2004 em todo o país.
A necessidade de ampliar a coleta seletiva e, em muitos casos, ser criada, é embasada pelos números. Apenas 352 municípios brasileiros a possuem e divididos por regiões, fica dessa forma:
Região Sul: 193
Região Sudeste: 115
Região Nordeste: 23
Região- Centro-Oeste: 19
Região Norte: 2
— A capacidade ociosa do Brasil nesse quesito fica em cerca de 26%, diz economista Paulo Mibielli, do IBGE. As regiões que mais reciclam plásticos são a Sul e a Sudeste com quase 20% do total. As demais ficam em patamares baixíssimos.
A indústria da reciclagem de plástico mecânica é composta em todo Brasil por 492 empresas recicladoras com tempo médio de atuação de 11 anos. Nova, portanto e com muito a crescer. A capacidade total de reciclagem de plástico gira em torno de 1,06 milhões de toneladas por ano. Porém, deste potencial, apenas 780 mil toneladas/ano são aproveitadas. Outro argumento pró- reciclagem: Temos capacidade para reaproveitar muito mais do que fazemos de fato. Mesmo com capacidade aquém, a indústria da reciclagem emprega, segundo o estudo, 11.501 pessoas faturando R$ 1,3 bilhão.
A programação do Simpósio Plastivida também incluiu uma palestra da presidente da Frente Parlamentar Ambientalista no Congresso Nacional, Senadora Serys Slhessarenko (PT-MT); uma apresentação do economista Paulo Mibielli, do IBGE, sobre reciclagem de plásticos; e uma exposição da presidente do Centro de Educação Ambiental de Porto Alegre, Marli Medeiros, sobre a ação de responsabilidade sócio-ambiental desenvolvida por aquela entidade, com o título: Reciclando vidas e resíduos sólidos: uma iniciativa exemplar.
Veja abaixo mais alguns dados importantes da pesquisa:
Mercado consumidor de plástico reciclado:
Utilidades domésticas: 23,6%
Construção Civil: 13,9%
Têxtil: 10,7%
Descartáveis: 9,0%
Agropecuária: 7,9%
Calçados: 5,09 %
Eletroeletrônicos: 5,3%
Limpeza doméstica: 4,5%
Indústria: 4,4%
Automobilística: 2,7%
Móveis: 1,8%
Outros: 10,3%
Composição do lixo (em peso)
Rejeito (orgânico): 18%
Alumínio: 2%
Papel/ papelão: 35%
Metais: 8%
Longa Vida (embalagem): 2%
Vidro: 16%
Plásticos: 15%
Outros: 4,0%