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2005-05-19
Mato Grosso registrou somente na primeira quinzena de maio 785 focos de calor, um número 118% maior que todo o registrado em abril (360). Esses dados estão na planilha de monitoramento emitida com base nas imagens do satélite NOAA-12, acompanhados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe).

Até o dia 15 de julho, são permitidas queimadas no Estado, desde que obedecida a legislação, ou seja, com emissão de licença pelos órgãos ambientais e adoção de medidas de controle. Em 2004, Mato Grosso liderou o ranking de queimadas no Brasil com 75.548 focos, quase o dobro do segundo colocado, Pará, onde ocorreram 41.253 focos. Nos outros 26 estados foram registrados 212.545 focos.

E as estatísticas da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema) mostram uma significativa evolução das queimadas no Estado em relação aos índices nacionais computados entre os meses de maio e novembro, incluindo o período de proibição. De 26,37% em 2003, a participação estadual nos dados nacionais subiu para 38,27% em 2004.

Durante o ano todo, funciona na Fema um serviço de monitoramento de focos de calor. Everaldo Pina Maciel, agente de Atividade Ambiental, acompanha os dados por imagens de satélite e informa aos fiscais que estão em campo. A partir daí, começa a atuação repressiva do órgão contra aqueles requerem licença.

Além desse acompanhamento, funciona na Fema um Departamento de Educação Ambiental. A coordenadora do serviço, Elaine Corsini, explicou que durante o ano todo técnicos do órgão visitam os municípios orientando gestores e produtores sobre as implicações legais e os danos ambientais causados pelas queimadas indiscriminadas e desmatamentos.

Conforme Elaine Corsini, esse trabalho é desenvolvido prioritariamente nos 10 municípios que no ano anterior registraram os maiores índices de focos de calor. Em 2003, apareceram na liderança Querência, Tabaporã, Ipiranga do Norte, Nova Ubiratan, Juara, Vera, Porto dos Gaúchos, Feliz Natal, Nova Maringá e Sorriso.

Ano passado, sete dos municípios anteriores reapareceram entre os 10 que mais queimaram. Elaine Corsini reclamou da ausência dos assentamentos rurais na base cartográfica. Só aparecem no serviço georreferenciado as grandes áreas, unidades de conservação e as terras indígenas. Ela diz que isso impede que tenham um controle sobre o número de assentamentos por municípios e direcionem as ações.

Mesmo assim, observou Elaine, ano passado os técnicos em Educação Ambiental visitaram 53 assentamentos situados nos 10 municípios líderes em focos de calor. O trabalho inclui a divulgação da legislação, procedimentos corretos para queima, desmates, pesca, destinação de embalagens de agrotóxico através de palestras e a cartilha intitulada fique legal com o meio ambiente.(Diário de Cuiabá 18/05)

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