França teria mentido sobre ensaios nucleares na Polinésia
2005-05-19
As auoridades francesas teriam ocultado os riscos embutidos nos ensaios nucleares levados a cabo na Polinésia durante os anos 60, apesar de saberem que eram perigosos para a população, segundo um documento militar secreto que acaba de ser divulgado.
–As conseqüências do primeiro ensaio nuclear francês no Pacífico, em 2 de julho de 1966, provocaram uma radiação 140 vezes superior à da zona proibida de Chernobyl, afirma o documento, elaborado pela organização antinuclear Centro de Documentación e Investigação sobre a Paz e os Conflitos (CDRPC), que deverá publicá-lo em sua página da web.
Os documentos, em sua maioria, levam estampadas os termos Secreto ou Defesa Confidencial, e foram transmitidos a autoridades competentes, as quais manipularam informações para minimizar o impacto das provas nucleares, segundo o CDRPC, que pede ao Estado a abertura de seus arquivos.
A organização também denuncia que os dados oferecidos pelo Ministério da Defesa, em 1998, para a investigação que foi feita pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estão longe de refletir o que, na realidade, aconteceu em 1966 em vista dos informes da época.
Segundo o documento, entre 1966 e 67, os habitantes do arquipélago de Gambrier e da ilha de Mangareva, cerca de 570, foram submetidos a radiações 142 vezes superiores às proibidas em Chernobyl. (El Mundo, 18/5)