Prefeitura, ministério público e entidades ligadas ao meio ambiente em Chapecó lançaram no dia 16/05 o Projeto Sangas. Idealizador da iniciativa, o promotor de Justiça Márcio Conti Júnior, explicou que o projeto objetiva identificar os problemas dos pequenos rios e buscar soluções rápidas por meio da unificação das informações e ações dos entes governamentais e não-governamentais. — Nas primeiras avaliações, a visão dos nossos riachos é uma das piores possíveis. A poluição vai do depósito de pneus ao despejo de agrotóxicos - mostrou. O diretor municipal de Meio Ambiente, Valmir Kirschner, disse que pelo menos 95% dos riachos que existem na zona urbana de Chapecó estão poluídos por esgoto doméstico ou metais pesados, despejados por indústrias.

O coordenador regional da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), Euclides Basso, comentou que os loteamentos habitacionais são hoje os principais causadores de poluição. Basso disse que loteamentos saem do papel muito rápido e sem o devido respeito à legislação ambiental. — Hoje, nós temos 65 loteamentos, mas apenas 31 estão plenamente licenciados, observou. Por meio de um convênio com universidades, a Prefeitura de Chapecó pretende contratar bolsistas para o trabalho de campo. Entre outras atividades, o Projeto Sangas prevê a coleta de amostras de água que passarão por exames laboratoriais que vão apontar as fontes poluidoras. O prefeito João Rodrigues disse que, por falta de ações coletivas e democráticas, o desenvolvimento econômico foi freado em algumas regiões, onde o temor provocado por eventuais impactos ambientais predominou. — Agora, estamos criando a Fundação Municipal do Meio Ambiente, que pretende trazer as organizações ambientais para participar dos debates e das decisões administrativas anunciou. (A Notícia, 17/05)