ONG quer detalhes de vazamento em Angra
2005-05-18
A ONG Sociedade Angrense de Proteção Ecológica (Sapê), de Angra dos Reis, no Sul Fluminense, entregou ontem (17/5) uma representação no Ministério Público estadual para obrigar a Petrobras a dar informações detalhadas sobre o acidente que causou, na sexta-feira (13/05), o vazamento de 147 litros de óleo de um terminal da empresa. O vazamento poluiu cerca de 20 mil metros quadrados do Rio Jacuecanga e seus manguezais. A ONG também quer que a estatal dê detalhes do funcionamento e dos equipamentos da unidade.
No mesmo documento, redigido no final da tarde de ontem e que será entregue à promotora Patrícia Gabai Venâncio, a Sapê denuncia irregularidades e descaso da Petrobras com a cidade.
— Não existe segurança e fiscalização dos órgãos competentes, a Feema e o Ibama. Quando o terminal nos passa informações, elas não são completas — disse Ivan Marcelo Neves, coordenador da ONG.
Segundo a Sapê, desde a construção do terminal marítimo da Petrobras na Praia de Jacuecanga, a 25 quilômetros do Centro da cidade, no meio da década de 70, já foram registrados 110 vazamentos e em 70% dos casos o óleo não foi recolhido. Apesar de técnicos da Feema terem anunciado que a situação está quase normalizada depois de uma vistoria feita ontem, o pescador Rubens Barbosa Coelho, morador da Vila Residencial de Jacuecanga, disse que ainda é forte o cheiro de óleo no rio.
A Feema só anunciará o valor da multa contra a Petrobras depois de concluir a vistoria nos manguezais com biólogos marinhos da UFRJ, que são esperados em Angra. (O Globo, 17/5)