Catadores são barrados em lixão de Santa Maria
2005-05-18
O aparato era típico de uma batalha. Policiais
militares armados, alguns a cavalo, e dezenas a pé.
Desde as 5h do dia 16, somente quem estava fardado ou
tinha autorização da prefeitura pôde permanecer no
lixão da Caturrita, em Santa Maria. Cerca de 120
famílias que tiravam o sustento do lixão foram
expulsas ou proibidas de entrar no local.
A interdição do lixão foi determinada pelo juiz da 1ª
Vara Cível de Santa Maria, Régis Bertolini, em
resposta a um pedido da Fundação Estadual de Proteção
ao Meio Ambiente (Fepam). A prefeitura foi informada
oficialmente da decisão ainda na sexta-feira (13), mas
preferiu não avisar os catadores para evitar
resistências. A ação conjunta com a Brigada Militar
(BM) começou com o dia ainda escuro. Devido a esta
medida, não é mais permitida a permanência de pessoas
e animais no local, que terá as vias de acesso e as
proximidades sob vigilância da BM. Somente os
funcionários da empresa responsável pelo recolhimento
do lixo terão ingresso permitido na área do lixão.
O secretário nega que tenha havido algum tipo de
violência física na retirada dos catadores. A
psicológica, a prefeitura não conseguiu evitar. Ainda
pela manhã, todo o lixo catado foi enterrado pelas
retroescavadeiras da prefeitura, que também destruíram
os barracos que serviam de casa para alguns catadores.
O secretário afirma que ninguém morava no local.
(Diário de Santa Maria, 17/05)