Desafiando Bush, 132 prefeitos americanos adotam as regras de Kyoto
2005-05-18
Prefeitos de cidades tão liberais quanto Los Angeles e tão conservadoras quanto Hurst, no Texas, representam cerca de 29 milhões de cidadãos de 35 Estados norte-americanos. Eles estão unidos por uma razão. Lutam para que suas cidades atinjam o que tem sido um requisito de adesão ao que a nação, através do presidente Bush, rejeitou no Protocolo de Kyoto: uma redução nas emissões de gases de efeito estufa, até 2012, em níveis de 7% abaixo das registradas em 1990.
Quinta-feira passada (12/5), o prefeito de Nova Iorque, Mayor Michael R. Bloomberg, colocou a cidade nessa coalizão. Bloomberg foi o último prefeito republicano a juntar-se ao grupo. O prefeito de Seattle, Greg Nickels, foi o iniciador da coalizão, abalado com os efeitos da mudança climática ocorridos na cidade no último inverno.
Nickels disse que para chegar a 7% de redução, Seattle terá que fazer uma série de modificações em seus navios, readequando seus motores a diesel. Além disto, até o final deste ano, conforme ele, a unidade de geração elétrica de Seattle, a Seattle City Light, será a única do país a não ter emissões brutas de gases de efeito estufa.
Salt Lake City tornou-se a maior compradora de energia eólica de Utah a fim de atingir as metas de redução de gases estufa. Em Nova Iorque, a administração Bloomberg está tentando reduzir as emissões de veículos municipais comprando ônibus híbridos, que além de combustível fóssil, usam também eletricidade.
Nathan Mantua, diretor-assistente do Centro para Ciências da Universidade de Washington, estima que o impacto do aquecimento global será maior no Noroeste. Ele disse que os esforços da coalizão são louváveis, mas provavelmente de limitado impacto global. –É um passo claramente e politicamente significativo na direção certa, disse Mantua – Deve ser um passo ambientalmente significativo para a qualidade do ar nas cidades que estão aderindo, mas o problema do aquecimento global está apenas na infância, acrescentou.
Nickels afirmou que decidiu aderir ao ato quando o Protocolo de Kyoto entrou em vigor, dia 16 de fevereiro de 2005, mesmo sem o suporte dos Estados Unidos, o maior produtos mundial de gases de efeito estufa.Naquele dia, ele anunciou que tentaria sustentar o acordo por si mesmo, pelo menos enquanto Seattle estivesse preocupada, e conclamou mais prefeitos a fazerem o mesmo.
A coalizão, porém, não é o único esforço de líderes locais para uma iniciativa diante da mudança climática. A Calfórnia, sob o governo do republicano Arnold Schwarzenegger, está se mobilizando para limitar as emissões de dióxido de carbono, e o governador George A. Pataki, também republicano, de Nova Iorque, está fazendo esforços para reduzir as emissões de plantas de eletricidade no nordeste daquele Estado. Mas a coalizão é algo não usual em sua abertura à adoção de um acordo internacional que a administração Bush rejeitou. A diretora de Comunicação do Conselho de Qualidade Ambiental da Casa Branca, Michele St. Martin, disse que o Protocolo de Kyoto resultaria na perda de 5 milhões de empregos nos Estados Unidos e poderia contribuir para o aumento dos preços da energia (Com informações do NY Times, 16/5)