IBGE: Falta de saneamento afeta a maioria dos municípios brasileiros
2005-05-17
Dentre os problemas de degradação ambiental, a falta de saneamento básico é o que afeta a qualidade de vida das pessoas no maior parte dos municípios brasileiros. De acordo com a MUNIC, a presença de esgoto a céu aberto prejudica comunidades em 1.031 municípios (46%), seguido pelo desmatamento, em 1.009 municípios (45%), as queimadas, em 948 municípios (42%), e presença de vetor de doença, em 896 municípios (40%). Informaram pelo menos um problema ambiental com impacto negativo sobre a vida das pessoas, 41% dos municípios.
Para a maioria dos municípios do Norte (68%) e Centro-Oeste (57%) o desmatamento era a principal causa de impacto na qualidade de vida da população. Já no Nordeste, para 55% dos municípios, eram as doenças endêmicas ou epidêmicas. No Sudeste, para 46% dos municípios, o principal problema eram as queimadas, enquanto no Sul, para 46% dos municípios, era o esgoto a céu aberto.
No Nordeste, o estado com mais municípios com pelo menos um impacto ambiental relevante foi Pernambuco, onde 82% deles têm esgoto a céu aberto. No Norte, destacou-se o Amapá, onde 81% dos municípios tinham doença endêmica ou epidemia. No Centro-Oeste, 68% dos municípios do Mato Grosso do Sul tinham lixões próximos a ocupações humanas. No Sudeste, 66% dos municípios do Rio de Janeiro relataram contaminação de rios e baías; enquanto no Sul, 41% dos municípios de Santa Catarina tinham esgoto a céu aberto.
Entre os municípios com até 100 mil habitantes, esgoto a céu aberto (44%) e desmatamento (44%) empataram como alterações ambientais que interferem na qualidade de vida. Já entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, a ocupação desordenada (47%) e esgotos a céu aberto (42%) foram mais apontados. Nove dos 33 municípios com mais de 500 mil habitantes relataram não ter alterações ambientais afetando a população: Belém, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Guarulhos, Porto Alegre, São Gonçalo, Sorocaba e Uberlândia.