IBGE: Esgoto a céu aberto é a alteração ambiental que mais afeta à população
2005-05-17
O Suplemento de Meio Ambiente da pesquisa MUNIC 2002 do IBGE identificou 1.159 municípios com taxas de mortalidade infantil acima de 40 óbitos por mil nascidos vivos (dados do Censo 2000). Neste conjunto de municípios, 584 apontaram alterações ambientais afetando as condições de vida. A alteração mais freqüente foi a presença de esgoto a céu aberto (327) seguida por ocorrência de doença endêmica ou epidemia (304) e presença de vetor de doença (266).
Dos 1.159 municípios com altas taxas de mortalidade infantil, 1.086 estão no Nordeste, 48 estão na região Norte e 25 no Sudeste – todos estes em Minas Gerais.
A causa mais apontada por 53% dos gestores dos 5.560 municípios do País como a que mais afetava o meio ambiente municipal foi o assoreamento de corpos dágua. A pesquisa revelou, também, que ainda é pequeno o número de gestores municipais que relacionam problemas ambientais às condições de vida. Esta associação é mais freqüente nos municípios com altas taxas de mortalidade infantil.
Ausência de saneamento está ligada à alta mortalidade de crianças de até cinco anos
Ao relacionar a ausência de saneamento adequado com a mortalidade infantil, ressalta-se a importância da instalação de redes de água e esgoto nos domicílios brasileiros. Dos 10,4 milhões de domicílios brasileiros, segundo o Censo 2000, que ainda não dispunham de esgotamento sanitário adequado, quase quatro milhões estavam na região Nordeste.
Enquanto a taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos residindo em domicílios adequados (aqueles com água e esgoto) era 26,1 por mil, para as que residiam em domicílios inadequados, a taxa chegava a 44,8 por mil, atingindo até 66,8 por mil no Nordeste.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, embora apenas 116 dos municípios brasileiros não tivessem de rede de água em 2000, pouco mais da metade deles (52,2%,) tinha rede de esgotos.
Em 2000, dos 56,7 mil óbitos de menores de cinco anos registrados no Nordeste, 6,2 mil foram por causas infecciosas ou parasitárias, o que representa 56% do total de óbitos por estas causas no País.