Ambientalistas protestam contra mineradora nos Andes
2005-05-17
Organizações ecologistas chilenas divulgaram um comunicado no qual condenam a insistência da empresa Barrick Gold em remover geleiras de uma área 20 hectares para retirar ouro. As organizações acusam a empresa de improvisar propostas técnicas. A diretora da Chile Sustentável (Chile Sustentable), Sara Larraín, afirmou que não existem, em nível mundial, experiências exitosas que respaldem o projeto de remover geleiras nos Andes. - O que pretende fazer a Barrick no Chile é um perigoso experimento, que fará desaparecer as geleiras conhecidas como Toro 1, Toro 2 e Esperanza –diz.
O especialista Bernard Puyaud, do Centro Científico IRD da França, que realiza, atualmente, estudos em geleiras do Chile, declarou, na semana passada, durante a IX Jornada do Comitê Chileno para o Programa Hidrológico Internacional da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), que não existem experiências sobre remoção de geleiras e que removê-las é o mesmo que destruí-las, pois sua existência se deve às características de cada área.
Chile Sustentável, junto a organizações de agricultores e comunidades do Vale do Huasco, pedem ao governo para que mostre à sociedade chilena quais são os estudos científicos que provam que Toro 1, Toro 2 e Esperanza não serão afetadas. Para a diretora da Chile Sustentável, se não existem antecedentes em nível mundial sobre a transferência de geleiras e suas conseqüências, é insólito que os funcionários chilenos aprovem a realização da transferência desejada pela empresa Barrick. - Para a Região de Atacama e Vale do Huasco e seus agricultores, a água vale mais que o ouro, pois permite sustentar o desenvolvimento hoje e no futuro. A empresa retira o ouro e logo vai embora - diz Sara Larraín. (Eco Agência, 16/5)