Rede une jovens contra a má destinação do lixo
2005-05-16
Um grupo de crianças e um fio de náilon: assim começa a brincadeira. Cada aluno representa um elemento do ecossistema e deve passar o fio de náilon para um colega que simbolize um elemento diretamente ligado ao seu, formando uma teia. Évelin, que representa a doença, passa o fio para William, que é o lixo. Este, entrega o fio para Vinícius, a reciclagem, que passa então a linha para Wagner, que está representando o homem, e assim por diante. Ao final, todos os elementos estão interligados em uma cadeia. Mas ocorre um desastre natural. Um dos elementos cai, puxando todos os outros em sua direção. A teia toda sente o impacto.
Essa é apenas uma das dinâmicas de sensibilização utilizadas pelo grupo de Educação Ambiental do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) de Porto Alegre. A faixa etária do grupo varia, mas o objetivo é o mesmo: conscientizar a população de que o lixo não deve ser jogado nas vias públicas e nos arroios urbanos, pois afeta toda a natureza. Segundo a bióloga Cristina Bernardes, uma das coordenadoras do projeto, diariamente é feita a limpeza nos 18 arroios da Capital, sendo retirada grande quantidade de lixo: – Se na sexta-feira limpamos um arroio, na segunda já tem morador ligando para avisar que está sujo. As pessoas não se conscientizam de que não podem jogar carcaças de eletrodomésticos, papéis, garrafas, móveis e o lixo doméstico nas valas e nos arroios da cidade.
A equipe do DEP começou a dar palestras e oficinas em escolas procurando demonstrar a importância de se colocar o lixo em seu devido lugar. Cíntia Almeida, que também coordena o projeto, acredita que as crianças são mensageiras. – Como delas depende o futuro de nosso ambiente, vamos até elas para que influenciem pais e amigos para a proteção - enfatiza.
Os alunos da 8ª série da Escola Estadual Ministro Salgado Filho receberam as biólogas do DEP. Cíntia e Cristina buscaram, com um vídeo e brincadeiras, demonstrar que o lixo nas ruas obstrui bueiros e provoca alagamentos. A estudante Évelin Freitas da Silva, entusiasmada, comentou: – Já tivemos outras palestras sobre o lixo, mas nenhuma como essa. A nossa turma planeja um projeto para recolher materiais recicláveis e vender, para juntar dinheiro para a nossa formatura - diz.
Neiva Alaíde Silveira, vice-diretora da escola, afirmou ter entrado em contato com o DEP por acreditar que as palestras ambientais interativas tendem a provocar o interesse das crianças e adolescentes e, por fim, buscar a melhoria da qualidade de vida da sociedade.
(ZH, 14/05)