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2005-05-16
Em termos de área plantada com sementes transgênicas, a liderança no mundo é dos Estados Unidos, com participação de 59%. Em segundo lugar está a Argentina, com 20%. Canadá e Brasil aparecem na terceira posição com 6%, seguidos por China (5%), Paraguai (2%), Índia e África do Sul (1%). A lista faz parte de uma pesquisa divulgada ontem pela Conferência da Organização das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).

A autora do estudo, Simonetta Zarrilli, acredita que o Brasil caminha rapidamente para se tornar o maior produtor de soja transgênica do mundo, o que leva a suspeitas de que já havia sementes modificadas no País antes da aprovação da lei, em 2003. Os chineses, que estão desenvolvendo novas tecnologias, já contam com 5% dessas sementes.

Segundo a Unctad, a área plantada com sementes transgênicas foi multiplicada por 47 desde 1996 e hoje chega a 81 milhões de hectares distribuídos em 17 países, envolvendo 8,2 milhões de agricultores. Essa produção movimenta US$ 4,7 bilhões por ano, e mais de um terço dela está nos países em desenvolvimento. Em 2004, 54% das sementes modificadas eram de soja, 28% de algodão e 14% de milho.

Mas a ONU alerta os países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, a não considerarem só as possibilidades de exportação de produtos agrícolas ao tomar decisões sobre autorizar ou proibir o uso de sementes transgênicas. O estudo da Unctad admite que os países em desenvolvimento contam com estreita margem de manobra para definir sua estratégia sobre transgênicos.

A Unctad reconhece que a nova tecnologia é um desafio a mais para os países emergentes, que precisam definir estratégias. O que é recomendado pela agência, porém, é que o debate em cada país não se limite às considerações de comércio exterior, mas leve em consideração as necessidades de alimentar a população interna, os riscos para o meio ambiente, questões de saúde e outros fatores.

O que ocorre atualmente é que muitos países tomam decisões de plantar ou não sementes transgênicas tendo em vista as oportunidades comerciais. No caso dos países mais dependentes do comércio com a Europa, a tendência tem sido a de se manterem livres de sementes transgênicas, pois os europeus resistem à importação de produtos geneticamente modificados.

No caso do Brasil, Simonetta informa que alguns compradores de óleo de soja do exterior, que querem evitar produtos transgênicos, estão optando pela produção da Região Nordeste do País, onde a presença da soja geneticamente modificada é bem menor do que no Sul e no Centro-Oeste. (Agência Estado, 12/05)

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