EUA não estão convencidos sobre urgência de aquecimento global
2005-05-16
Os Estados Unidos disseram na sexta-feira (13/5) que não estão convencidos sobre a necessidade de agir rapidamente a fim de combater as mudanças climáticas, alimentando temores entre os ambientalistas de que uma cúpula convocada para julho a respeito do assunto não trará avanços concretos.
O negociador chefe do presidente norte-americano, George W. Bush, para as mudanças climáticas, Harlan Watson, disse à rádio BBC: - Há um acordo geral de que há muito que já se sabe, mas também de que há muito sobre o que pesquisar. A declaração aparece menos de dois meses antes da cúpula do G8 (grupo que reúne os sete países mais industrializados do mundo e a Rússia) em que se dará destaque às mudanças no clima do planeta.
Katherine Pearce, membro do grupo Amigos da Terra, afirmou que a notícia expunha o conflito intenso travado a portas fechadas atualmente no cenário mundial. Cientistas advertiram que o mundo pode esquentar em até 2 graus Celsius até o final do século, aumentando as chances de que haja mais secas e enchentes e de que o nível dos oceanos eleve-se, colocando milhões de vidas em perigo.
O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, que ocupa a presidência rotativa do G8 neste ano, diz que as mudanças no clima estão acontecendo e que elas são intensificadas por atividades humanas como o uso de veículos automotores e a produção de energia.
Blair deseja que a cúpula do grupo em julho, prevista para acontecer na Escócia, elabore um projeto de plano de ação. Mas os EUA, que não assinaram o Protocolo de Kyoto, recusam-se a concordar com tal postura. Para piorar o cenário, a energia nuclear voltou a ser tratada como uma opção real, pois seria limpa e ofereceria uma solução rápida para o problema.
Os norte-americanos são responsáveis por quase um quarto das emissões de gases causadores do efeito estufa do mundo.(UOL, Últimas Notícias, 13/5)