Brasil é tetracampeão em reciclagem de latas
2005-05-13
O Brasil recicla 25 milhões de latas de alumínio para bebidas por dia. Essa marca fez com que o País se mantivesse, pelo quarto ano consecutivo, na liderança do ranking mundial de reciclagem de latas. Em 2004, foram recicladas 95,7% das latas usadas, 6,7 pontos percentuais acima da marca atingida em 2003.
O levantamento inclui apenas os países em que a atividade não é obrigatória por lei, como Japão e Estados Unidos. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas).
Topo do ranking
Ao todo, 121 mil toneladas de latas de alumínio foram recicladas em 2004, ou cerca de nove bilhões de latas. O reaproveitamento desse tipo de sucata tem levado o Brasil ao topo do ranking mundial desde 2001. – Esses números contemplam apenas empresas legalizadas e não pequenos negócios informais. Com isso, o índice de reciclagem de latas pode chegar a 99%, disse Elder Rondelli, da Comissão de Reciclagem da Abal.
A indústria do alumínio representa 3,3% do PIB industrial brasileiro. – Isso significa que a injeção de R$ 1,4 bilhão na economia em 2004, sendo R$ 450 milhões apenas na etapa de coleta. Esse volume de negócios incentiva a criação de equipamentos e de sistemas para reciclagem cada vez mais eficientes, possibilitando um desenvolvimento tecnológico mais amplo para o setor, afirma Rondelli.
Soma de aspectos
Segundo os especialistas, esse resultado positivo é fruto da soma de vários aspectos, entre eles o alto valor da sucata de alumínio, aliado à sua grande disponibilidade durante todo o ano. Outro ponto é que o mercado de reciclagem do alumínio já está estabelecido em todas as regiões do Brasil, com ampla estrutura de processamento e transporte.
Um dos fatores que mais contribuíram para o progresso da reciclagem no País foi o engajamento da classe média. Entre 2000 e 2004, cresceu de 10% para 19% a participação de condomínios e clubes na coleta de latas usadas. – A crescente conscientização da população quanto à necessidade de reciclagem das embalagens é uma das principais causas do sucesso desse tipo de atividade, aponta Rondelli. (O Estado de Minas 12/05)