Simpósio sobre desenvolvimento sustentável, na China, gera esperanças
2005-05-13
O desenvolvimento sustentável é a única forma de salvar o futuro, segundo os participantes do Simpósio da ONU que terminou nesta quinta-feira (11/05) em Jiangxi, no centro-sul da China, e gerou muitas esperanças. Segundo Joanne Disano, diretora da Divisão de Desenvolvimento Sustentável da ONU, é preciso aplicar políticas como o desenvolvimento de um corpo legal, mecanismos flexíveis, incentivos econômicos, assistência técnica e informação pública para conseguir um desenvolvimento sustentável. A funcionária se referia à difícil conjunção de desenvolvimento econômico e social e meio ambiente, como supõe o conceito de desenvolvimento sustentável.
Além de agradecer e reconhecer o trabalho do governo provincial de Jiangxi na organização, Disano destacou as conclusões a que os participantes chegaram durante os dois dias de intensas conferências e visitas a regiões ecológicas da província, em que foram expostas as melhores práticas de cada um dos 26 países participantes. O compromisso dos poderes políticos e econômicos, privados e públicos, a aplicação da tecnologia, a tomada de consciência, a informação, o desafio referente aos riscos de industrialização, poluição, desertificação e a eficiência dos recursos energéticos foram os destaques na leitura das conclusões. Houve palavras de elogio às políticas aplicadas pela China: a recuperação dos pântanos e florestas em Jiangxi, a frente marítima de Xangai e a abertura à cooperação internacional.
A mão-de-obra barata chinesa atraiu nos últimos 20 anos muitas multinacionais que podem produzir no gigante asiático sem as limitações ambientais que encontram no Ocidente, uma das explicações para o assombroso crescimento chinês, difícil de harmonizar com a ecologia. Somente o Banco Mundial financiou projetos na China em 2002 no valor de 1,145 bilhão de dólares, e o total dos investimentos entre 1981 e 2003 chegou a 36,611 bilhões de dólares. Além disso, já que o solo pertence ao governo chinês e só há dois anos se incluiu a proteção dos direitos humanos na Constituição, os camponeses ainda podem ser expropriados de suas terras, tanto para industrializar uma região como para convertê-la numa reserva natural, o que produz descontentamento. (UOL, 12/5)