(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2005-05-12
A ampliação das fontes alternativas na matriz energética do Rio Grande do Sul é uma das missões confiadas pelo governo do Estado à engenheira Jussara Mattuela. A coordenadora de Energias Renováveis da Secretaria Estadual de Energia Minas e Comunicações defende a diversificação como caminho para interromper a dependência da hidreletricidade e garantir o crescimento sustentável. Jussara será uma das participantes da 1ª Conferência e Exposição Internacional de Energias Renováveis (Ceier) que será realizado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) entre 27 e 30 de junho.

Jornal do Comércio - O que o governo do Estado pretende ao patrocinar, em junho próximo, reunião dos maiores especialistas do mundo em fontes alternativas de energia?
Jussara Mattuela - A intenção é provocar um debate sobre o estágio de exaustão que alcançaram os combustíveis fósseis, criando a necessidade de incentivo às energias renováveis. As alternativas se impõem como as fontes mais identificadas com o futuro a ser perseguido pela sociedade e com uma nova fase energética inaugurada no mundo, que está vivendo seu “start” com a assinatura do Protocolo de Kyoto. No momento que somos um Estado importador de 30% da demanda de consumo, as fontes alternativas podem suprir essa necessidade, gerando energia descentralizada, que proporcionem riquezas no interior, a partir da implantação de pólos de desenvolvimento. Queremos que o Rio Grande do Sul se torne carro-chefe do movimento para ampliar a participação do segmento alternativo na matriz energética. Depois de o Brasil enfrentar uma importante crise no abastecimento de energia elétrica em 2001 e o Estado ainda estar se recuperando das conseqüências da estiagem, estamos convencidos que uma geração única, pela hidreletricidade, nos mantém muito dependentes de uma só fonte de energia. Estamos convencidos de que a geração diversificada de energia é a melhor política para garantir o crescimento do Estado, com uma melhor estabilidade no suprimento energético.
JC - A pauta de discussões da conferência inclui o tema créditos de carbono, ou seja, a obrigatoriedade dos países investirem em medidas para reduzir as emissões de seis gases responsáveis pelo aquecimento do planeta?
Jussara - Sim, mesmo porque o Brasil está se favorecendo muito com essa medida contida no Protocolo de Kyoto, porquanto os países industrializados, necessitando diminuir suas emissões de gases, se vêem obrigados a comprar projetos no Brasil, que polui menos o meio ambiente. Ou seja, cada vez que os governos ou empreendedores privados implantam um projeto para geração de energia limpa, deixa-se de lançar CO2 no ar, o que garante uma determinada quantidade de certificações ou bônus. O Rio Grande do Sul pode tornar-se um dos principais beneficiários dos créditos. Providência para facilitar o acesso aos bônus foi tomada mediante assinatura de termo de cooperação com a Companhia Rio-grandense de Mineração (CRM), visando ao resgate de uma área ambiental, projeto que será convertido em créditos de carbono. Os projetos envolvendo tratamento de lixo são aqueles que resultam em número maior de créditos. O governador Germano Rigotto, inclusive, solicitou um levantamento de todos os projetos do gênero que poderão obter financiamento externo, que pretende incluir na bagagem em sua viagem ao Japão, no final do mês.
JC - O principal argumento dos opositores da adoção de fontes alternativas de energia tem sido o custo econômico dos projetos. Esse obstáculo ainda permanece?
Jussara - Em razão do imenso manancial existente em território gaúcho, a fonte hidrelétrica sempre será mais econômica, não há termo de comparação. Eu digo sempre às pessoas que enquanto não nos acostumarmos a contabilizar, por exemplo, os custos da agressão ambiental decorrente do alagamento de grandes áreas para a construção de represas como Itaipu, a hidreletricidade continuará sendo mais barata. Felizmente, e afirmo isso com base técnica, os custos das fontes alternativas estão caindo drasticamente, elas estão se tornando muito mais competitivas do que já foram há cinco anos. E, neste momento, o que está viabilizando os projetos alternativos é o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), através do qual o Rio Grande do Sul garante compra, por 20 anos, de energia a partir de centrais eólicas, de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e de biomassa. Essa iniciativa confere às fontes alternativas condições de competirem em igualdade econômica com a energia hidrelétrica.
JC - Qual a posição do Rio Grande do Sul no contexto do desenvolvimento de fontes alternativas?
Jussara - Nosso Estado é um modelo para o restante do País, na habilitação de projetos para desenvolver fontes de energia renovável. Estou vindo de uma feira no Nordeste, em que constatei a posição privilegiada que o Rio Grande do Sul ocupa no ranking nacional de energias alternativas. Estamos atrás apenas do Ceará (24% da fatia brasileira), fato que reflete o alto grau de conscientização dos gaúchos com relação à matéria.
JC – Considerando-se a tradição gaúcha na agricultura, não seria possível incrementar a produção de biomassa?
Jussara - De fato, o segmento de biomassa precisa ser melhor trabalhado, depende da formação de uma cultura, especialmente entre os empresários do meio rural. Os orrizicultores, por exemplo, estavam acostumados a gerar energia a partir do processamento da casca do arroz tão somente para consumo na propriedade e diminuição dos custos da lavoura. Não tinham o hábito de também vender energia para o sistema. Daí que estamos promovendo reuniões, seminários, no interior, levando informação às pessoas sobre essa possibilidade. Estou otimista quanto aos resultados, tanto, que acredito na segunda fase do Proinfa, em 2006, ver a biomassa figurando na mesma competitividade com as demais fontes. Nós temos o maior potencial de biomassa do País a partir da casca de arroz, somos os maiores produtores de casca de arroz no Brasil, podemos gerar três vezes nossa potência instalada, hoje na ordem de 40 MW. (JC 12/05)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -