Artigo: Energias renováveis em debate
2005-05-12
*Valdir Andres
A 1ª Conferência e Exposição Internacional de Energias Renováveis, que acontecerá entre os dias 27 e 30 de junho, em Porto Alegre, numa realização da Secretaria de Energia, Minas e Comunicações, PUC-RS e Consulado Geral da Alemanha, será a primeira oportunidade de análise do andamento do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas (Proinfa) da Eletrobrás, iniciado em 2004, com a intenção de desenvolver a geração de energia limpa - não poluente - no Brasil. O programa tem a meta de viabilizar a implantação de 3.300 MW de geração de energia eólica, de biomassa e de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).
O Rio Grande do Sul foi o estado brasileiro que conseguiu habilitar mais projetos no Proinfa. No total, o RS terá a construção de cinco usinas de energia eólica, oito PCHs e uma de biomassa, que juntos vão gerar cerca de 10% da atual demanda de energia do Estado, que está em 4.140 MW. O investimento nestes projetos será de cerca de R$ 1 bilhão, com a geração de cerca de 2,7 mil empregos.
O acréscimo de 400,5 MW na matriz energética gaúcha aumentará a participação das fontes alternativas de energia de 2,9% hoje (120 MW) para 8,6% (520,5 MW) no final de 2006. A importância destes projetos para o Estado se reflete em dois aspectos principais: contribui para uma maior descentralização da geração de energia e diversifica a matriz energética do Rio Grande do Sul, conferindo maior segurança e estabilidade ao abastecimento de energia aos gaúchos.
O incremento da geração de fontes alternativas no Estado irá contribuir para a auto-suficiência na produção de energia buscada pelo Rio Grande do Sul. Hoje, o Estado ainda importa cerca de 40% da energia consumida pelos gaúchos. A meta do Governo do Estado, através da Secretaria de Energia, Minas e Comunicações, é atingir a auto-suficiência em 2009. Para tanto, o RS deve receber investimentos em torno de R$ 12 bilhões.
*Secretário de Energia, Minas e Comunicações/RS
(JC, Opinião, 12/05)