INB pode investir US$15 milhões para duplicar produção de urânio
2005-05-11
A expectativa é grande, por parte da diretoria da empresa de economia mista Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em relação à autorização do governo federal, ainda neste semestre, para construção da usina nuclear de Angra 3, após o aceno favorável do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. É que, caso isso aconteça, será colocado em prática o projeto de duplicação da produção de urânio da unidade de Caetité, no sudoeste baiano, estimado pelo presidente da empresa, Luiz Carlos Vieira, em US$15 milhões. O projeto está pronto desde 2002 e deverá ser implantado num prazo de 24 a 30 meses.
Ao assinar, no dia 09/05, convênio com a Secretaria Estadual de Combate à Pobreza (Secomp), no valor de R$1,3 milhão, com o objetivo de implantar o Projeto de Auto-sustentação e Geração de Renda, que beneficiará cerca de 600 famílias da região, Vieira frisou que o esforço para concretização de Angra 3 vale à pena e que o impacto será grande na economia regional. – Temos todas as condições para duplicar a produção anual, que hoje é de 350 toneladas mas com capacidade para até 400 toneladas, enfatiza, observando que a unidade de Caetité foi projetada para atender à demanda de urânio do mercado interno.
Luiz Carlos Vieira acredita que a decisão será favorável à construção da usina, pelo posicionamento contundente de José Dirceu, apesar da ministra Dilma Rouseff, de Minas e Energia, considerar o projeto caro. Segundo ele, o governo federal já decidiu que deseja produzir mais urânio no país, mesmo que seja para exportação. Mas, neste caso, a unidade que deverá ter a produção incrementada é a de Santa Quitéria (CE), projetada para atender ao mercado externo.
Vinculada à Comissão Nacional de Energia Nuclear e subordinada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, a INB tem unidades também no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará. O faturamento, em 2004, ficou em torno de R$300 milhões, sendo que a unidade de Caetité representou aproximadamente R$50 milhões.
O convênio assinado ontem com o secretário Clodoveo Piazza e o presidente da Associação dos Pequenos Agricultores de Lagoa de Fora, José Nivaldo da Silva, vai beneficiar 600 famílias que se associaram em 13 cooperativas, divididas em quatro núcleos de dois hectares cada. Nessas áreas, que serão irrigadas graças aos poços artesianos que serão construídos pela empresa, os agricultores poderão cultivar frutas e hortaliças e criar ovelhas e galinhas caipiras. (Correio da Bahia 10/05)