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2005-05-11
Por Débora Cruz

Poucos moradores da Restinga, bairro pobre da zona sul de Porto Alegre, sabem onde fica a Usina de Beneficiamento de Plástico. Ela está prometida para ser inaugurada há pelo menos cinco anos. Muitos confundem o Centro de Triagem de Resíduos Sólidos - que funciona perto do local previsto para a usina - como sendo a própria, mas não é. Uma jovem que trabalha no centro diz que a usina está funcionando, mas não a pique. O nosso plástico não está indo pra lá, de repente eles estão comprando de outro lugar, explica, sem saber os porquês.

O prédio da usina existe. Fica na rua Diretiz 7119, nº 385 e é o último do distante Distrito Industrial, concebido para abrigar empresas dispostas a gerar emprego e renda, mas que nunca vingou. Às 11 horas da manhã de uma terça-feira, um cadeado no portão revelava que por ali não há fluxo de funcionários. Ou melhor, nunca houve.

Desde que o prédio ficou pronto, em 2000, diversas tentativas de fazer do espaço um lugar para reciclagem de garrafas PET fracassaram. Desde 2003 são anunciadas datas de inauguração que nunca se efetivaram.

Conquista do Orçamento Participativo, a obra tinha dois objetivos: oferecer oportunidade de renda para a comunidade e eliminar um dos maiores problemas para os recicladores das unidades de triagem de Porto Alegre, os atravessadores.

A idéia inicial era que funcionasse em sistema de cooperativa, aliando a questão ecológica — tirar das ruas o vilão plástico — com a solução de um problema social — a falta de empregos. A capacidade de processamento de plástico seria de 360 toneladas por mês, empregando 30 funcionários do próprio bairro.

— O que falta é vontade política. Já são cinco anos que a usina está parada e isso representa um prejuízo muito grande para os catadores, diz Eliane Nunes Peres, da Federação das Associações de Recicladores de Resíduos Sólidos do RS. Eliane conta que a Federação está organizando, para ainda esta semana, uma reunião entre os galpões de reciclagem de Porto Alegre. O objetivo é articular uma proposta que coloque a usina da Restinga para funcionar. Eles querem reunir os trabalhadores em uma cooperativa, com o auxílio técnico de universidades que já demonstraram interesse em apoiar o projeto.

A novela da inauguração
Por diversas vezes, sua inauguração foi anunciada. Em março de 2003 falava-se que faltava somente uma estação para tratar de seus efluentes e que estaria pronta em agosto daquele ano. Em novembro do ano passado, novamente o anúncio. Conforme o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), faltavam os últimos detalhes, sendo janeiro de 2005 a data derradeira.

Com o passar dos anos, depois de ter investido mais de R$ 1 milhão e não ter conseguido colocá-la em funcionamento, a prefeitura parece ter desistido do antigo projeto. Optou por passar a administração do empreendimento para a iniciativa privada que, por meio de licitação, poderá obter uma permissão de uso por até quatro anos, com a possibilidade de ser renovada posteriormente.

A última notícia dada pelos jornais, ainda em novembro do ano passado, era de que uma empresa chamada Embapel Divisão de Recicláveis, do bairro Cavalhada, assumiria como permissionária e passaria a operar a usina no início de 2005. Um funcionário de lá, quando questionado sobre a desistência da empresa, limitou –se a dizer: — Procurem o DMLU, nós não estamos mais no projeto.

Desde que o espaço foi furtado, em 2004 — levaram desde motores de máquinas até a fiação — a perspectiva de início de operação ficou mais distante. A empresa que vencer a licitação terá de arcar com os custos da reposição dos materiais que foram levados. Além disso, é necessário comprar novas máquinas. Estima-se que com isso seria necessário desembolsar quase R$ 1 milhão.

Apesar da aparência de abandono, o local conta com segurança. Um guarda cuida do prédio. Perguntado sobre as muitas promessas de a usina começar a operar, ele explica que, desde trabalha ali, há dois anos, técnicos e diretores do DMLU visitam o local constantemente, tiram fotos, examinam, mas tudo continua parado. Tinha uma proposta de um empresário de Viamão, que já tem uma usina menor lá, conta. Metade dos trabalhadores viriam de Viamão, os outros seriam da Restinga. Ele sugere porque muitos desistem de colocar a usina em funcionamento: — Com o investimento que tem que ser feito, fica difícil conseguir ganhar algum dinheiro depois.

*A reportagem do Ambiente JÁ manteve contato com a Assessoria de Imprensa do DMLU durante um mês sem obter sequer uma posição sobre o atraso no funcionamento da usina ou uma nova previsão de inauguração.

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