ONGs são fachada para países ricos, diz relatório
2005-05-10
O relatório da Abin diz que chega a 115 o número de
organizações não- governamentais (ONGs) que atuam na Amazônia
Ocidental e levanta suspeitas sobre os reais interesses dessas
entidades. – Muitas vezes, a serviço de outras nações, valorizam o
mapeamento detalhado das riquezas minerais, o acesso aos recursos
genéticos e aos conhecimentos tradicionais associados à
biodiversidade da região, sem o devido controle governamental, diz
o relatório do coronel Gelio Fregapani.
– Tudo indica que os problemas ambientais e indigenistas são apenas
pretextos. Que as principais ONGs são, na realidade, peças do grande
jogo em que se empenham os países hegemônicos para manter e ampliar
sua dominação, alerta o texto. – Certamente servem de cobertura para
seus serviços secretos.
De acordo com o documento, as ONGs contribuíram para a criação de
extensas terras indígenas, áreas de proteção ambiental e corredores
ecológicos que, atualmente, sem dúvida alguma, dificultam e inibem
a presença do Estado e (aplicação) dos programas de políticas
públicas para a região. O documento ressalta que falta de controle
reforça a suspeita de que as ONGs sejam utilizadas pelos países
desenvolvidos para controlar os países emergentes e a riqueza de
vastos territórios.
A Abin chama os movimentos ambientalistas de Clube das Ilhas e os
classifica em três setores: um elabora as diretrizes gerais, outro
planeja as operações e um terceiro, a chamada linha de frente,
realiza a ação direta como uma tropa de choque. No topo, estão a
União Nacional para a Conservação da Natureza (UINC) e o Fundo
Mundial para a Natureza (WWF), orientado pelo Príncipe Charles, do
Reino Unido, e que teria entre seus dirigentes o banqueiro Joseph
Safra.
Na área da reserva ianomâmi, colada à Raposa Serra do Sol, uma das
ONGs com maior influência, segundo a Abin, é a Survival
International (SI), cujo roteiro de atuação foi criado pelo Príncipe
Philip, também do Reino Unido. A ONG internacional mais estruturada
seria o grupo Greenpeace. As ações mais radicais seriam executadas
pelo Greenpeace e Amigos da Terra.
Segundo a Abin, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), da Igreja
Católica, principal defensor da autonomia e da autodeterminação dos
indígenas, teria recebido, entre 1992 e 1994, US$ 85 milhões da
Fundação Nacional para a Democracia, dos Estados Unidos, mantida
pelo governo e dirigida pelo Congresso americano. (OESP 08/05)