Membros do Vaticano são condenados por poluição eletromagnética
2005-05-10
Um tribunal italiano condenou na segunda-feira um cardeal católico e um diretor da Rádio Vaticano por poluírem a atmosfera com potentes ondas eletromagnéticas vindas da transmissão de uma estação de rádio, informaram autoridades.
Roma- O cardeal Roberto Tucci, que chefiava o comitê de gerência da Rádio Vaticano, e o diretor geral da estação, Pasquale Borgomeo, receberam 10 dias de suspensão e multa ainda sem valor definido, de acordo com representantes da Justiça.
Ambos negaram ter culpa nas acusações e os advogados de defesa disseram que vão recorrer da decisão.
O caso surgiu após a divulgação de um relatório médico, em 2001, por uma agência de saúde pública que mostrou um alto número de pessoas que contraíram ou morreram de leucemia e que moram perto das antenas da Rádio Vaticano.
Um julgamento inicial foi suspenso em 2002 depois de um juiz determinar que as leis italianas não podem ser aplicadas à Rádio Vaticano porque seu centro de transmissão é parte da Cidade do Vaticano, que é um Estado independente e soberano.
Essa decisão foi revertida mais tarde e representantes da Rádio Vaticano se viram de novo na mira da Justiça.
— Depois de muitos atrasos e desperdício de tempo, hoje conseguimos um importante sucesso que enfatiza a necessidade de proteger as pessoas da eletro-poluição, disse Roberto Della Seta, presidente do grupo ambientalista Legambiente.
A Rádio Vaticano, que transmite em 40 idiomas, afirma respeitar os limites internacionais de transmissão e rejeitou as conclusões de um segundo e independente relatório que relaciona a alta capacidade das antenas da emissora com o salto na incidência de câncer. (BBC, Último Segundo, 10/5)