Coolméia:Saídas para a Cooperativa
2005-05-10
Por Guilherme Kolling
A Coolméia fomentou a produção ecológica no Estado – hoje trabalha com mais de 400 famílias em 32 municípios. Muita gente acredita no reerguimento da cooperativa, apostando na modernização e profissionalização. “Temos produto, berço, consumidor e gente. Mais difícil é criar uma instituição dessas na ditadura”, compara Sebastião Pinheiro.
Ele sugere que a Coolméia se torne uma prestadora de serviços. “Primeiro de tudo, deve-se ver o que e o quanto o consumidor quer”, ensina, explicando que a Coolméia não tem escala de produção, então a saída é trabalhar com um nicho de mercado, sem desperdícios. Seria um sistema de encomenda, em que se poderia fazer um projeto-piloto com um determinado produto, os bananeiros do litoral norte, por exemplo.
A engenheira agrônoma Glaci Campos Alves segue a mesma linha, sugere uma avaliação da necessidade do consumidor, e que os produtos não sejam caros. “Vivemos numa recessão. A Coolméia tem que pagar suas contas, mas sem mudar sua proposta”, argumenta.
O fundador Justo Werlang, empresário vice-presidente da Bienal do Mercosul e da Fundação Iberê Camargo, aposta numa mobilização de produtores e consumidores para, em assembléia, alterar o estatuto da entidade a fim de que ela retome o rumo e não se descaracterize.
“É preciso que surja um líder positivo, que se responsabilize, tenha a missão de constituir uma rede de suporte para a cooperativa. Existe muita gente capacitada e disposta a isso”, garante.
Outra pioneira, Zuleica Degani é categórica sobre a possibilidade de uma virada. “Nunca vi negócio de alimentos dar errado, basta ver todos que começaram em torno da Coolméia e que prosperaram”, exemplifica.
Ela sugere um planejamento estratégico com a participação da maior quantidade de sócios, fundadores, parceiros; manter um site e um grupo de discussão na internet para garantir circulação de informações e a transparência das atividades; dar treinamentos sobre cooperativismo e economia solidária para todos os sócios; melhorar a qualidade no atendimento e do trabalho.
Para a loja, Zuleica aponta a modernização, com layout de supermercado e controle de estoque no entreposto e no restaurante; buscar ajuda de sócios voluntários para a execução de diversas tarefas; oferecer cursos e mais itens para o consumo dos sócios. “A Coolméia pode vender, ou intermediar a compra de qualquer produto, não só o item alimentos”, lembra ela.