Vigilância Sanitária autua três hospitais em Curitiba
2005-05-09
Uma semana depois do fechamento da vala séptica da Cidade Industrial de Curitiba, a Vigilância Sanitária do município já autuou três hospitais e notificou outros nove estabelecimentos de saúde. Os hospitais autuados estavam misturando os resíduos infectantes com o lixo convencional. Cada um foi multado em R$ 3 mil. Eles terão condições de abater 90% do valor se comprovarem, em 20 dias, que solucionaram a irregularidade. Já os outros estabelecimentos foram notificados porque não providenciaram seus planos de gerenciamento de resíduos e estavam armazenando o lixo além da capacidade permitida.
As clínicas notificadas serão novamente vistoriadas pelas equipes de fiscalização e correm o risco de serem autuadas se não cumprirem a determinação de dar um destino adequado aos dejetos. A prefeitura continua recebendo os projetos e, até ontem, havia registrado 837 documentos (entre eles estão os dos grandes geradores, responsáveis pela produção de 80% do lixo hospitalar da cidade) do total esperado de 5 mil.
Desde o fechamento do depósito, no último dia 28, os geradores de lixo infectante passaram a ser responsáveis por sua destinação final, mas muitos estabelecimentos de pequeno porte ainda estão negociando com as empresas credenciadas para realizar o serviço. As assessorias jurídicas de 11 conselhos da área de saúde estão empenhadas em encontrar soluções legais para o problema. – São vários ramos de atividade e cada um possui uma peculiaridade. Além disso, são poucas empresas credenciadas, explica o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Paraná, Massaru Sugai.
O presidente do Sindicato de Odontologia no Estado do Paraná, Mário Pansini, diz que os dentistas que trabalham com ortodontia ou odontologia estética são os mais prejudicados porque produzem pouco lixo. – Não dá nem um saco de pipoca por semana, mas as empresas estão cobrando um valor mínimo – R$ 80 mensais – pelo recolhimento, independente da quantidade de lixo, diz.
O problema dos dentistas também é comum em clínicas de pequeno porte. O Centro Médico da Mulher Feliccità buscou solucionar o problema se unindo a outras 11 clínicas. O grupo pretende obter melhores preços, mas até agora não obteve sucesso. (Gazeta do Povo-PR 06/05)