Um terço dos integrantes do importante comitê nuclear do Reino Unido tem sérios conflitos de interesses, segundo investigações feitas pelo jornal The Independent, na semana passada. Quatro dos 12 membros de trabalho do comitê trabalha para os maiores fornecedores. Um dos ex-ministros do governo disse que rompeu o código de conduta em comitês públicos e pediu a renúncia dos demais, com urgência.

O Comitê de Gerenciamento de Resíduos Radioativos (CoRWM) tem um orçamento de 4,9 milhões de libras e a responsabilidade de aconselhar o governo a respeito do melhor destino para 470 mil metros cúbicos de resíduos nucleares; um relatório sobre este assunto deve sair até o verão de 2006.

O comitê, publicamente fundado, tem um papel central no debate sobre se devem ou não ser construídos novos reatores nucleares. Os ministros reconhecem que, para obter suporte público para uma política pró-nuclear, primeiro devem resolver o problema sobre o que fazer com os resíduos já existentes. Eles estão atualmente armazenados em 30 locais temporários distribuídos pelo país.

Mas as revelações sobre os conflitos entre os membros do comitê poderão abalar a confiança do público. O membro do comitê Mark Dutton é consultor pago da NNC, que ganhou o contrato de 1 milhão de libras para gerenciar o projeto de trabalho do CoRWM. O comitê abriu o contrato da NNC, e os vínculos da consultoria de Dutton, mas alguns membros disseram que ele deveria ter cortado todas as suas relações se fosse dedicar-se ao comitê. Fred Baker, outro membro, é associado à consultoria Enviros Consulting, que tem contrato no valor de 50 mil a 100 mil libras do comitê. Ele também é empregado pelo Conselho Ambiental, com pagamento de 100 mil por seu trabalho. Outros que mantêm vínculos de trabalho são a professora Lynda Warren, associada da IDM consultoria, e Pete Wilkinson, ex-secretário da Greenpeace no Reino Unido. Eles recebem, respectivamente, 10 mil e 50 mil pelo trabalho no CoRWM. (The Independent, 7/5)