O governo do Estado pretende aumentar e melhorar as condições do transporte hidroviário no Rio Grande do Sul. A motivação surgiu através do estudo Rumos 2015 que analisa as Desigualdades Regionais e Logística de Transportes no Estado e foi apresentado ontem no seminário Desenvolvimento Regional e Logística de Transportes no Rio Grande do Sul, realizado no Tribunal de Contas do Estado (TCE). A pesquisa afirma que o Rio Grande do Sul é privilegiado quanto às potencialidades de transporte nos diferentes modais. Apesar desse ativo natural, o estudo indica uma forte concentração no modal rodoviário, cuja utilização representa 85,3% da matriz gaúcha, enquanto o índice nacional é de 62%. A grande utilização do modal rodoviário contrasta com o hidroviário, cuja utilização é de apenas 3,7% (contra 14% no Brasil). É claro que o modal hidroviário precisar ser aproveitado, sustenta o estudo.

O líder do componente de logística do Rumos 2015, Miguel Noronha, relata que o estudo apontou mais de 200 gargalos (quando o volume de cargas ultrapassam a capacidade do modal viário) no Rio Grande do Sul. - A BR-116 que liga Porto Alegre a Novo Hamburgo é um exemplo disso- afirma. O Rumos 2015 também aponta que é grande a diferença entre a utilização do sistema ferroviário gaúcho, que é de 8,8%, contra 19% no Brasil. A malha ferroviária gaúcha apresenta boas possibilidades de utilização, pois 80% da atividade industrial e 52% da produção agropecuária, em termos de valor agregado, encontram-se a menos de uma hora por via rodoviária de um terminal ferroviário. Praticamente toda a atividade industrial e 93% da atividade agropecuária estão a menos de duas horas. A pesquisa também apontou a necessidade de algumas obras de infra-estrutura no Estado. Entre esses projetos estão, por exemplo, a ligação ferroviária Porto Alegre-Pelotas e a ponte rodo-ferroviária sobre o Rio Jacuí, que ligaria o Pólo Petroquímico e a parte norte da Região Metropolitana de Porto Alegre ao Porto de Rio Grande, sem passar pela Capital. (JC, 06/05)