Indiciamento mobiliza defensores de animais
2005-05-06
O indiciamento de três jovens apontados como autores dos maus-tratos à cadela Preta gerou manifestações no Estado. Para pedir à Justiça agilidade, defensores dos direitos dos animais estão organizando passeatas em Pelotas e Porto Alegre.
Na Capital, os manifestantes se reunirão às 16h de domingo, na Redenção. Com faixas, cartazes e camisetas, eles caminharão pelos arredores do Parque Farroupilha, exigindo punição aos acusados. – É uma luta que pede ação contra a crueldade animal e a impunidade dos assassinos - diz Mairy Sarmanho, uma das organizadoras.
Em Pelotas, a veterinária Michele Silva, autora da ocorrência policial que gerou o inquérito, promete um protesto em frente ao Ministério Público. Ela teme que o MP ofereça algum benefício penal aos indiciados, livrando-os de uma eventual condenação. Para tanto, ela conta com a ajuda da advogada Simone Severo, que atuará no caso sem cobrar honorários. – Esse caso tem de servir de exemplo para evitar que outros jovens cometam estripulias semelhantes - propõe a advogada.
Com quase 200 páginas, o inquérito presidido pelo delegado Osmar dos Anjos indiciou por crime ambiental os estudantes Fernando Siqueira Carvalho, 22 anos, Marcelo Ortiz Schuch e Alberto Conceição da Cunha Neto, ambos de 21 anos. Segundo concluiu o delegado, os três estariam bebendo em um bar na madrugada de 9 de março quando decidiram maltratar a cadela. Eles teriam amarrado o animal ao pára-choques do Ford Ka de Cunha Neto e o arrastado por cinco quadras. A vira-latas estava prenha. Marcelo Oliveira D Ávilla, 23 anos, foi indiciado por falso testemunho porque teria mentido à polícia para inocentar os amigos. (ZH 06/05)