Espanha é o país da UE mais distante do Protocolo de Kyoto
emissões de co2
2005-05-06
As emissões de gases de efeito estufa equivalentes em dióxido de carbono (CO2), na Espanha, aumentaram 45,61% no ano passado coim relação a 1990, o queé quase três vezes mais que o percentual estabelecido para o país pelo Protocolo de Kyoto. Isto implica que a Espanha deveria comprar direitos de emissão de gases de outros países, com um grave custo para a economia.
Segundo um informe público das Comissões Obreiras, a Espanha é o país europeu que mais está distante dos compromissos estabelecidos pelo Protocolo de Kyoto. Por este documento, a média de emissões de gases de efeito estufa no país não pode superar 15%, entre 2008 e 2012, sobre o valor verificado em 1990.
O aumento das emissões dos seis gases de efeito estufa para todos os usos, em 2004, foi superior ao do ano de 2003, devido a este ter sido um mau ano hidráulico, já que a produção hidrelétrica foi 23% inferior à do ano anterior, e, conseqüentemente, as centrais de ciclo combinado de gás natural e carvão funcionaram durante mais horas.De fato, segundo o informe, o consumo de carvão aumentou 3% com respeito ao ano de 2003, e o de gás natural, 15,5%. Já o consumo de energia primária subiu 3,7%, e as emissões de CO2 por uso energético cresceram 4,2% en 2004.
A Espanha é o país industrializado onde mais aumentaram as emissões. Segundo um informe publicado pela revista WorldWatch, com este cenário, o Protocolo de Kyoto estaria sendo gravemente infringido pelo país.
O Plano Nacional de Verificação de Emissões de Dióxido de Carbono da Diretiva Européia do Comércio de Emissões, elaborado pelo governo socialista, contempla um cenário de crescimento das emissões de 24% para esse mesmo período, quer dizer, muito abaixo da tendência assinalada, o que tornaria possível o cumprimento do Protocolo de Kyoto recorrendo-se a mecanismos de flexibilidade, mas não está acompanhado da correspondente correção dos planos energéticos, nem de um plano de aplicação da Estratégia de Desenvolvimento e Eficiência Energética, nem de uma estratégia espanhola sobre mudança climática. (El Mundo, 5/5)