Catadores de Montenegro não acreditam em melhorias para aterro
2005-05-05
Após anos e anos de promessas não cumpridas, os catadores de lixo do Aterro Sanitário de Montenegro têm razões de sobra para estarem sempre desconfiados quando a Administração Municipal mostra novos projetos para o local. Hoje, o sentimento dos profissionais se repete com a promessa de implantação de novos equipamentos e outros benefícios no Aterro. A Prefeitura garante que verba tem e o projeto será feito. Como praticamente melhoria nenhuma foi realizada em anos de serviço, o tesoureiro da Cooperativa dos Catadores do Pesqueiro, Rosalino de Lara, destaca que o serviço está bom. No entanto, ele afirma que as melhorias que estão previstas para o Aterro Sanitário não servirão para muito. Atualmente, boa parte dos resíduos vêm compactados por veículos especiais.
Hoje, 22 pessoas trabalham catando lixo no Aterro. O serviço rende mensalmente uma média de R$ 300,00. A partir daí, começam os problemas. - As pessoas aqui ficam doentes. Além disso, temos despesas com transporte, pois aqui é longe de tudo- destaca Rosalino. Assim, o catador entende que investimentos poderiam ser feitos nos trabalhadores.
Rosalino acredita que o projeto da Prefeitura não dará certo. Uma das melhorias sugeridas seria a de pequenos carros para fazer o transporte do lixo colhido pelos catadores até o local onde os resíduos são prensados. Atualmente, os trabalhadores levam nas costas tudo o que é recolhido, caminhando cerca de 200 metros até o galpão de prensagem. O que é separado chega a pesar 40 quilos. Segundo Rosalino, diariamente, cerca de 60 toneladas de lixo chegam ao Aterro.
Atualmente, o projeto que trará melhorias para ao Aterro Sanitário está na fase burocrática. O diretor de Meio Ambiente André Venâncio Alves destaca que alguns orçamentos para encaminhar a licitação. Para a construção do pavilhão e outras obras, há opções de escolher o mais viável financeiramente para a Metroplan não ficar com esse encargo, exercendo somente com a função fiscalizadora. André vem conversando com os catadores. De acordo com Alves, a verba de R$ 103.000,00 vem do Processo de Participação Popular (PPP), já com o objetivo de fazer as melhorias no Aterro Sanitário. Os problemas que os catadores enfrentam deverão ser solucionados em breve. (Jornal Ibiá, 04/05)